O diretor de jornalismo da Band, Fernando Mitre, afirmou na última sexta-feira (05) que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ataca a urna eletrônica e o sistema eleitoral brasileiro. O chefão da emissora lembrou ainda que a maioria dos brasileiras não quer e não apoiaria um golpe, mas que as dúvidas e inseguranças acontecem por conta das declarações de Bolsonaro.
Em vídeo postado nas redes sociais, Mitre, que comanda o jornalismo da Band, comparou a carta aos brasileiras, escrita em 1977, com a carta pela democracia, feita atualmente. "Na carta aos brasileiros de 77 havia uma semente, que floresceu no campo democrático, antes silenciado, mas que já estava àquela altura, se mexendo contra a ditadura, cresceu e veio a grande conquista: a democracia", lembrou.
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A partir daí, o jornalista passou a falar sobre a política atual. "Não faltam comparações daquela carta com os manifestos democráticos de agora, embora os tempos sejam outras. Quem viveu os dois momentos respirou ares totalmente diferentes. Pra começar, as instituições estão aí em pleno funcionamento", garantiu antes de ponderar. "Lembrando que a grande maioria dos brasileiros não quer, nem acredita em golpe".
"As dúvidas crescem a cada ataque do presidente às urnas eletrônicas, ao sistema eleitoral e as reações a isso, a discussão, a mobilização e a insegurança também, chegando a área dos negócios, já fazem parte da realidade hoje. Essas dúvidas e discussões estarão aí até o dia das eleições, e quem sabe depois"
Fernando Mitre
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Band e Bolsonaro
A relação do Grupo Bandeirantes com o presidente não é como já foi. Bolsonaro chegou a dar entrevistas exclusivas para a emissora desde 2018 e tinha em Datena um aliado até recentemente, cogitando ele como possível candidato ao senado. Porém, por mais de uma ocasião, o canal se mostrou independente e crítico às decisões do político.
Em 2020, o jornalismo lançou um editorial criticando o filho dele, Eduardo Bolsonaro (PL) e o então chanceler Ernesto Araújo, por baterem boca nas redes sociais com o embaixador da China por causa do coronavírus. "A provocação desnecessária de um deputado irresponsável, seguida por um chanceler idiotizado, uma espécie de avesso do Barão de Rio Branco, colocou o Brasil em conflito com seu maior parceiro comercial, pura inépcia. O chefe da diplomacia, que teria como missão zelar pelos interesses do país, torna-se assim, um obstáculo, talvez o maior no caminho de nossas relações com a China" , dizia parte da nota.
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