Lula e Bolsonaro superam Juma e Jornal Nacional atinge quase 90 milhões
Programa superou até Pantanal no alcance
Publicado em 31/08/2022 às 15:28,
atualizado em 31/08/2022 às 15:28
A presença dos candidatos à presidência da república fez o Jornal Nacional parar o Brasil. Catapultado pelas participações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL), o Ibope do programa na última semana superou até o alcance do fenômeno Pantanal. A atração, que recebeu ainda Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) chegou a quase 90 milhões de pessoas impactadas, seu melhor desempenho em mais de dois anos.
Segundo dados da Kantar Ibope para o PNT (Painel Nacional de Televisão) a que o NaTelinha teve acesso junto a fontes do mercado, o JN alcançou 89 milhões de diferentes brasileiros na última semana. Os índices representam parcela da população que acompanhou o programa por pelo menos um minuto entre a última segunda-feira (22) e a sexta-feira (26). Além disso, a atração ficou com 28,9 pontos de média, sua melhor performance desde julho de 2020.
Os dados da Kantar indicam que o Jornal Nacional atingiram 42,1% da população brasileira. Números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a população do Brasil é de 214,4 milhões. Isso significa dizer que 88,3 milhões acompanharam o jornalístico na semana em que os candidatos foram entrevistados por William Bonner e Renata Vasconcellos.
Ao se pensar no alcance eleitoral do programa, os dados são ainda mais fortes. Considerando que a ampla maioria de telespectadores sintonizados no JN sejam de pessoas aptas a votar, como é o público alvo do programa, os números chamam a atenção. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o Brasil conta, em 2022, com 156 milhões de eleitores. Ou seja, 77% de quem deverá ir às urnas em 2 de outubro sintonizaram em algum momento à produção da Globo.
Lula e Bolsonaro superam Juma Marruá
Catapultados pelo alto índice de Lula, que foi visto por 41,1 milhões e por Bolsonaro, assistido por 43,3 milhões, o Jornal Nacional conseguiu um feito raro na semana passada. Em termos de alcance, o jornalístico deixou para trás Pantanal e foi a atração que mais impactou os brasileiros nos últimos sete dias.
A saga de Juma Marruá (Alanis Guillen) não foi páreo para a polarização e atingiu 78 milhões de pessoas. Ou seja, a principal novela da TV brasileira chegou a 10 milhões de pessoas a menos que as entrevistas com os presidenciáveis.
Os índices só foram possíveis por causa da polarização entre o atual presidente e o líder na mais recente pesquisa Ipec. Isso porque, Ciro e Simone ficaram com audiência bem mais discreta na comparação com os protagonistas das Eleições 2022.
Como foi Jair Bolsonaro no Jornal Nacional?
A presença dos presidenciáveis no JN foi cercada de expectativa e começou por Jair Bolsonaro na segunda-feira (22). Em meio à tensão, a entrevista foi bem mais leve que em 2018, mesmo assim houve momentos polêmicos, com Bonner chegando a obrigar o candidato a se comprometer em aceitar os resultados das urnas eletrônicas.
"Vamos botar um ponto final nisso. Está resolvido! Vamos para outra pergunta, vamos para outro assunto"
Jair Bolsonaro
jornalnacional
Depois, o presidente usou as redes sociais para reclamar da Globo por conta do tom da entrevista. Ele chegou a acusar o canal de ter escolhido Lula como candidato. A crítica foi seguida por seu ministro das comunicações, Fábio Faria, que chegou a apontar um suposto crime cometido pelo canal, o que foi desmentido por juristas.
Como foi Lula no Jornal Nacional?
Já Lula também era aguardado porque chegou a dizer que não daria entrevistas à Globo. Mas o candidato teve uma sabatina tranquila e sem nenhum embate com os entrevistadores. Durante sua presença na bancada do JN, o petista chegou a brincar sobre um suposto substituto de William Bonner, ao tentar explicar que não comandou o governo de Dilma Rousseff (PT).
"Se um dia entrar alguém no teu lugar pra fazer o Jornal Nacional, você vai perceber o que é 'rei morto é rei posto'. Você vai descobrir. Ou seja, quando você deixa o governo, quem ganha vai governar do jeito que bem entender. Quem está de fora não vai mandar. Eu vou voltar a governar esse país, se assim o povo permitir, pra fazer as coisas melhor do que eu fiz."
Lula
Como foi Ciro no Jornal Nacional?
Ciro Gomes foi o segundo candidato entrevistado no Jornal Nacional na semana em que o noticiário traz os quatro políticos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais para o cargo. Bonner e Vasconcellos receberam o presidenciável nos Estúdios Globo, no Rio, para a sabatina e, dentre os assuntos abordados, o candidato acabou revelando que criará uma TV.
O político citou a plataforma ao ser indagado por Bonner sobre a proposta de auxílio de R$ 1000 reais para a população em caráter permanente. "Essa é uma boa pergunta porque eu (peço) as pessoas para me dar a oportunidade de acessar cirotv.com.br. Ela vai estar no ar competindo com a Rede Globo a partir de sábado. Brincadeira! Mas eu quero explicar ali", brincou Ciro.
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Como foi Tebet no Jornal Nacional?
Simone Tebet foi a última candidata à presidência da República entrevistada pelo Jornal Nacional. Vários assuntos foram abordados na entrevista como economia, segurança e educação. Em determinado momento, Bonner confrontou a candidata a falar com mais clareza sobre as propostas dela.
Na resposta de Simone, ela citou como acabar com o orçamento secreto e deu o exemplo de uma cidade que usou um artifício inusitado para embolsar dinheiro de forma ilícita.
"Eu dou um exemplo que parece uma anedota, mas, quem sabe, fique até registrado, pode ser até que vire meme depois disso. Uma cidade, pra poder receber muito dinheiro do orçamento secreto pra aumentar lá o teto dele, disse que extraiu 14 dentes de cada boca de cada habitante do seu município. É a cidade mais banguela do planeta. 14 dentes do bebê ao idoso de 90 anos. É a cidade mais banguela do Brasil. Pra que? Pra receber o dinheiro e emitir nota fria", contou.
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