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Bolsonaro detona artistas que assinaram carta pela democracia e cita Lei Rouanet

Presidente deu a entender que a assinatura pode ter sido por perda de espaço de benefícios


Bolsonaro em discurso
Bolsonaro detonou artistas - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta quinta-feira (04), os artistas que assinaram a Carta em Defesa da Democracia, desenvolvida pela USP (Universidade de São Paulo). Em discurso para evangélicos, ele chegou a dizer que parte do grupo que colocou o nome no documento recebia valores milionários da Lei Rouanet e que no governo dele isso foi abandonado.

“Essas pessoas que assinaram a cartinha em defesa da democracia agora, muitos artistas que pegaram por ano até R$ 10 milhões da Lei Rouanet, rodaram. A gente tinha que atender o pessoal mais humilde”, disse o presidente sem citar nominalmente nenhum dos artistas. “Agora se arvoram como defensores da democracia”, completou.

A Lei Rouanet tem sido alvo de críticas de Bolsonaro desde que ele era candidato e virou fonte de discussão entre o governo e artistas. Embora afirme que o benefício passou a ser voltado para quem precisa, há denúncias de que o ex-Secretário da Cultura, responsável pela gestão do projeto, de ter tentado captar recursos e até Regina Duarte, fã fervorosa do presidente foi condenada a devolver dinheiro.

Sobre a carta pela democracia, o candidato à reeleição, que aparece em segundo lugar nas pesquisas, aproveitou ainda para criticar o lockdown na fase aguda do coronavírus; “Naquela época, ninguém assinou cartinha defendendo a democracia. Agora, tem pessoas assinando cartinhas pela democracia para dizer que eu não sou democrata. Eu não me omiti em nenhum momento durante a pandemia, até o fato de andar sem máscara é para mostrar que nós devemos nos preocupar com o vírus, sim, mas não podemos nos acovardar”.

A Carta em Defesa da Democracia vem ganhando adesão constante e já conta com mais de 700 mil assinaturas, com nomes como Luciano Huck, Dira Paes, a Filó de Pantanal, Chico Buarque e Alessandra Negrini, que estará em Travessia, a próxima novela das nove, da Globo. O objetivo é pressionar o governo para aceitar o resultado das eleições e para evitar o risco de um golpe militar, que já foi descartado por Bolsonaro, inclusive em entrevista recente ao SBT Brasil.

Bolsonaro e os evangélicos

Bolsonaro detona artistas que assinaram carta pela democracia

Enquanto enfrenta uma crise com os artistas, Bolsonaro sempre foi bem visto entre os evangélicos. O grupo que o apoiou em 2018, caminha para manter a proximidade com o governo no período das eleições 2022 e recebeu alguns benefícios. Entre eles, o presidente conseguiu aprovar a lei que libera o aluguel de 100% da programação das emissoras, o que permite que determinadas igrejas assumam o controle de TVs.

A proximidade com os evangélicos é tanta que a TV Brasil, comandada pelo governo federal, vem adquirindo diversas novelas da Record, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, a maioria bíblicas. Os Dez Mandamentos fez sucesso e as tramas evangélicas ajudaram o canal público a superar a RedeTV! na disputa pelo Ibope.

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