Movimento de Lula pode esvaziar Jornal Nacional
Candidato age nos bastidores para diminuir número de candidatos
Publicado em 03/08/2022 às 16:39,
atualizado em 03/08/2022 às 16:44
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) age nos bastidores num plano que pode quebrar a organização do Jornal Nacional. O petista tem trabalhado para garantir apoio de dois partidos que já haviam lançado candidaturas próprias e, assim, diminuir o número de presidenciáveis. Isso afeta diretamente a estrutura da Globo para a sabatina do JN, já marcada para o mês de agosto e pode obrigar a emissora a se reorganizar.
Nesta quinta-feira (03), André Janones (Avante) se reúne com Eduardo Suplicy (PT) e com o próprio Lula para costurar um acordo que viabilize a retirada de sua candidatura em prol da campanha petista. Além de contribuir para dar mais tempo de TV para o líder das pesquisas mais recentes, pode estragar os planos do Jornal Nacional. Janones está previsto para ser entrevistado por William Bonner e Renata Vasconcellos na semana do dia 23 de agosto, quando acontecem as sabatinas. A decisão deve sair nas próximas horas
Em conversa com o NaTelinha, a assessoria de comunicação da Globo já havia confirmado que, apesar das datas terem sido definidas por sorteio, a ausência de Lula ou de Jair Bolsonaro (PL) poderia obrigar a direção do canal a fazer rearranjos. A saída de Janones também obrigaria uma mudança e neste caso, segundo apurou a reportagem, a tendência era de colocar o próximo nome no ranking da pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada.
Este seria Pablo Marçal (Pros), mas aí entra outro movimento de Lula nos bastidores da política. O partido do influenciador e coach está dividido e brigando na Justiça. O diretório nacional, que havia sido afastado por decisão do colegiado da sigla, conseguiu uma liminar retomando o poder do partido e, logo depois, anunciou a retirada da candidatura para apoiar o petista. O caso segue numa batalha judicial e pode levar tempo até uma definição oficial.
Lula pode deixar Jornal Nacional sem ninguém nas sabatinas
O JN teve sua estratégia quebrada e, por isso, mais do que nunca precisa pressionar Lula e Bolsonaro para comparecem às sabatinas. Sem eles, as entrevistas com os presidenciáveis pode ficar só com candidatos nanicos e perder a força que costumeiramente tem nas eleições. Além de Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) também foi convidada, mas ela tem apenas 1% das intenções de votos, enquanto o outro aparece com 6%.
Caso decida manter as entrevistas na semana toda, mesmo sem Lula e Bolsonaro e haja a confirmação de que Janones e Marçal saíram da disputa, o JN pode ser obrigado a sabatinar nomes como Eymael (DC) e Vera Lúcia (PSTU), que mal pontuam nas pesquisas. A reportagem apurou que a direção do programa trabalha com a possibilidade real dos dois líderes marcarem presença no encontro, mas caso eles faltem, as sabatinas serão mantidas, ainda que com apenas dois nomes.
Ouras emissoras são afetadas?
Diferente do Jornal Nacional, que definiu como regra das sabatinas convidar os cinco primeiros colocados da mais recentes pesquisa Datafolha, outros canais têm suas próprias regras. A Jovem Pan estabeleceu que convidaria apenas os quatro mais bem colocados, por isso a desistência de Janones e de Marçal não afetariam em nada as entrevistas do canal de notícias.
A tendência é que outras emissoras procurem, já nas regras, manter apenas os quatro primeiros, assim evitaria a presença dos chamados candidatos nanicos, que não alcançam nem 1% das intenções de voto.
