Casagrande recusa convite para fazer parte da equipe de Lula
Após aceitar a proposta, ele voltou atrás e desistiu de ter cargo no grupo de transição na área de esportes do novo governo
Publicado em 11/11/2022 às 21:14,
atualizado em 11/11/2022 às 21:14
Nesta sexta-feira (11), Walter Casagrande revelou que foi convidado para integrar a equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva, mas que não aceitou a tarefa. O grupo temático que o ex-funcionário da Globo iria trabalhar seria o de esportes, que tem como objetivo criar políticas públicas e metas para os primeiros meses de governo do presidente eleito. Segundo Casagrande, um motivo fez com que ele negasse a participar da equipe: continuar como colunista em veículos de comunicação.
"Como sou colunista da Folha e do UOL, precisei recuar, porque haveria conflito com o meu trabalho. Como tenho orgulho do meu estilo direto, de ser um comentarista e um colunista totalmente independente, de não dever favores a ninguém, percebi que talvez essa independência diminuiria. Já disse diversas vezes que há três coisas que não negocio: minha liberdade, minha sobriedade e a nossa democracia. Então, continuei na coerência da minha ética profissional", afirmou em sua coluna na Folha de S. Paulo.
"O que não me impede de, informalmente, mandar os meus projetos para a equipe de transição. E eles poderão avaliar se a minha visão faz sentido. Eu me preocupo muito com a saúde mental dos garotos e das garotas que estão iniciando no futebol. Muitos vêm da parcela mais pobre da nossa sociedade, de famílias desestruturadas, vivendo muito perto da violência e do tráfico. Mas são jovens talentosos que precisam de oportunidades."
Walter Casagrande
Walter Casagrande fez campanha para Lula nas eleições
Casagrande fez campanha para o Lula durante as eleições presidenciais, mesmo se dedicado a sua coluna. Nas publicações, ele aborda a luta contra as drogas, tema que vem discutindo desde quando saiu da Globo, em julho. Ainda de acordo com o comentarista, o esporte salva vidas.
"O esporte é o maior meio de inclusão social e de aceitação às diferenças, com um potencial de transformar a sociedade (para melhor) muito grande. Sem contar que o talento de jovem jogadores, muitas vezes, salva toda uma família. Em alguns casos mais raros, com reflexos em comunidades inteiras. E isso precisa ser trabalhado. Um adolescente de 13, 14, 15 anos não pode ter esse peso, essa pressão, essa responsabilidade nas costas", disse Casagrande, que já foi dependente químico.
"Enfim, tenho muita coisa na cabeça que poderia ajudar na formação não só de jogadores e jogadoras de futebol. Mas, principalmente, de cidadãos e cidadãs. Estou feliz com essa possibilidade de colaboração, mesmo que seja de longe."
Walter Casagrande