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Lula e Bolsonaro deixam emissoras reféns e cobertura fica ameaçada

Candidatos não respondem questionamentos dos canais e cria confusão


Lula e Bolsonaro
Lula e Bolsonaro estão dando trabalho para emissoras
Por Daniel César

Publicado em 26/07/2022 às 08:01,
atualizado em 26/07/2022 às 09:30

As emissoras de TV já montaram seu arsenal para a cobertura das eleições 2022, mas este ano tem se mostrado diferente e um desafio novo para todos os envolvidos por um motivo bastante particular. Os dois principais candidatos na corrida eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), criaram uma estratégia que transformaram os canais em reféns porque os dois não confirmam a presença em nenhum dos eventos criados para dialogar com os candidatos a presidente.

O NaTelinha apurou que, embora haja datas para debates fechadas em todas as emissoras de TV, rádio e veículos de comunicação, alguns deles estão até sob suspeição porque existe a avaliação se vale a pena realizar os encontros sem a presença dos dois líderes da corrida eleitoral, de acordo com pesquisas recentes. O Datafolha publica nova rodada nesta semana, com divulgação no Jornal Nacional.

Lula já sinalizou que não pretende ir a todos os debates e que as chances de comparecer ao evento da Jovem Pan são mínimas, ameaçando faltar até no da Globo, tradicionalmente o que fecha a lista e que é considerado o mais importante. O problema é que a sinalização neste caso é apenas isso: sinalização. Enquanto canais tentam se organizar para preparar debates e sabatinas, o PT tem ignorado os pedidos e deixado as definições para a última hora.

O mesmo acontece com o presidente Bolsonaro. Em discurso público, ele já chegou a lembrar que nenhum presidente que concorria à reeleição compareceu a debates, o que não é verdade, uma vez que Dilma Rousseff (PT), foi aos encontros em 2014. Mas, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o próprio Lula não compareceram a debates de primeiro turno em 1998 e 2006, respectivamente. O presidente, no entanto, afirmou a seus correligionários, publicamente, que ele pretende ir a todos os debates que o principal rival for.

Emissoras sofrem nas mãos de Lula e Bolsonaro

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O NaTelinha conversou com três emissoras que estão organizando debates eleitorais e a dúvida continua pairando em todas elas. A direção dos canais está medindo se vale a pena manter o encontro com os presidenciáveis sem a presença de Lula. Em off, um deles revelou que é uma eleição atípica, por isso é preciso avaliar, o que seria considerado fora de questão em anos anteriores.

Isso porque, Lula e Bolsonaro estão monopolizando os votos no Brasil, segundo dados das últimas pesquisas. Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (25) feita pela FSB, por encomenda do Banco BTG, mostra que o petista lidera a corrida eleitoral com 44% das intenções de voto, enquanto o atual presidente tem 31%. Os outros nomes não conseguem sequer dois dígitos, com Ciro Gomes (PDT) tendo 9%, Simone Tebet (MDB) 2%, empatada com André Janones (Avante) e Pablo Marçal (Pros), com 1%.

Na visão desses diretores, fazer um debate para candidatos que, aparentemente, não reúnem chances reais de se tornarem competitivos, pode ser perda de tempo e inviável, por isso tanto debates quanto sabatinas estão ameaçados em alguns canais.

Mesmo sem Lula e Bolsonaro pode ter debate?

Alguns canais, no entanto, garantem, de forma extraoficial, que realizarão os embates entre os candidatos, mesmo que sem a presença dos líderes das pesquisas. Na visão das emissoras, o espaço está aberto e seria um desrespeito histórico com o telespectador não exibir o encontro apenas porque Lula e Bolsonaro não querem marcar presença.

O Jornal Nacional, por exemplo, está trabalhando para ter os principais nomes da corrida em sua sabatina, mas ainda que Lula e Bolsonaro não compareçam, a tendência é que o jornalístico ouça todos os outros.

Já a CNN Brasil seguirá um caminho diferente. A emissora, que trabalhava internamente para viabilizar seu debate em agosto, foi obrigada a suspender seus planos por causa de Lula e Bolsonaro, pois o canal não fará a produção.

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