Felipe Neto denuncia perseguição de Bolsonaro contra ele
Empresário anunciou medida no Twitter após ler matéria jornalística que relata censura de certos termos
Publicado em 29/07/2022 às 19:00
Nesta sexta-feira (29), Felipe Neto decidiu processar a Caixa Econômica Federal após descobrir que seu nome não pode aparecer em nenhuma página de veículo jornalístico que exibe uma campanha do banco. A informação foi publicada pelo site Congresso em Foco que afirmou ter acesso a uma lista de palavras que são proibidas de serem escritas próximas a ações de publicidade do órgão.
O empresário compartilhou a reportagem no Twitter e ficou consternado com a diretrizes do banco. "Estou sem palavras. A Caixa, sob comando bolsonarista, proibiu os veículos que recebem algum centavo de patrocínio da empresa de citarem meu nome. A ordem das agências é punir qualquer página que cite meu nome e outros termos, como suicídio ou pornô".
Neto ainda se questionou os motivos de ser perseguido pelas ordens publicitárias da Caixa. "Por que o governo Bolsonaro me dá tanta importância? Já estou em contato com o jurídico e nós vamos até o fim por justiça. A Caixa Econômica Federal proibir agências e sites de citarem meu nome é um dos maiores absurdos que já lidei nessa vida. Inacreditável", concluiu.
O que diz a reportagem?
Além de Felipe Neto, outros termos foram proibidos de aparecerem em páginas que mostram os anúncios da Caixa, como: Congresso, abuso sexual, presidente da Caixa Econômica, cloroquina, covid, Marielle Franco, Paulo Guedes, Regina Duarte, Itamaraty, fake news, Amazônia, ditadura militar, Flávio Bolsonaro, Sergio Moro e Dom Philips.
Ao todo, a equipe encontrou cerca de 239 termos. Caso o veículo noticioso utilize algumas das palavras acima em páginas que recebam o patrocínio da Caixa, as agências de publicidade que atendem o banco são instruídas a puní-las com o abatimento do valor que seria recebido pelo espaço cedido ou até mesmo a suspensão da campanha publicitária.
"Isso mostra que a Caixa virou um instrumento cada vez mais do governo, e não de Estado”, afirma o cientista político André Pereira César, em entrevista ao Congresso em Foco.