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Para evitar nova Cássia Kis, Globo quer distância de extremistas em novelas

Artista que comparecer em manifestação está fora de próximos trabalhos na Globo


Cássia Kis em foto
Globo quer fugir de nova Cássia Kis - Foto: Reprodução/Globoplay
Por Daniel César

Publicado em 17/11/2022 às 04:00,
atualizado em 17/11/2022 às 10:00

A Globo não quer repetir, nos próximos meses, o mesmo erro cometido com Cássia Kis. A ordem interna é não escalar nenhum extremista para os próximos horários de novelas que irão estrear no ano que vem. A ideia é não ter nenhum artista que esteja comparecendo a manifestações antidemocráticas ou usando as redes sociais para questionar os resultados das urnas ou ainda pedindo intervenção militar.

Enquanto os bastidores de Travessia estão fervilhando, a direção da emissora não tem a menor ideia de como reagir à crise e não quer uma nova Cássia Kis. Embora a Cidália da novela das nove esteja na crista da onda, ela não é a única a comparecer aos atos antidemocráticos que tomam conta do Brasil nos últimos dias e questionam os resultados das urnas eletrônicas, sem prova nenhuma de fraude.

Com o clima péssimo nos bastidores da novela de Glória Perez, a cúpula da Globo tomou uma decisão. O NaTelinha ouviu de um funcionário responsável por contatar nomes para escalação de elenco das novelas que a ordem é evitar qualquer artista que esteja questionando o resultado das urnas.

Além disso, a orientação, repassada por mensagem eletrônica e que a reportagem teve acesso, é de que, antes de qualquer escalação, sejam monitoradas postagens e entrevistas de qualquer pré-selecionado para novos papeis. Caso haja algum indício de pedido de intervenção militar ou de presença em manifestações antidemocráticas, o nome deve ser descartado. "Seja quem for", diz trecho da circular.

A decisão, segundo uma fonte ouvida, é evitar um hecatombe nos bastidores. Nos corredores fala-se que Travessia é um caso perdido porque os problemas extra-cenas já contaminaram a visão do público em relação à história. Além disso, o clima de tensão entre o elenco prejudica que a trama seja contada da forma como deveria, uma vez que há todo tipo de briga e protesto, inclusive com Cássia Kis tendo sido denunciada ao compliance e, por outro lado, ela própria fazendo denúncias contra colegas.

Globo não quer extremistas

No momento existem várias produções da Globo em fase de busca ativa por elenco. Na faixa das 18h, já se iniciou o processo de escalação de Amor Perfeito, de Duca Rachid e Júlio Fischer. Já foram chamados nomes como Leandro Lima e Alanis Guillen, ambos de Pantanal (2022). Já no horário das 19h, com escalação praticamente fechada está Vai na Fé, de Rosane Svartman e que terá Sheronn Menezzes como protagonista gospel. Embora estreie mais adiante, Terra Vermelha, título provisório da novela de Walcyr Carrasco para as nove, também está na busca de elenco e vem sendo sondados nomes como Tony Ramos, Glória Pires e Ágatha Moreira.

Coincidência ou não, quase todo mundo confirmado recentemente nas próximas novelas da Globo têm a visão progressista. Embora nem todos tenham declarado apoio público ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ninguém também se mostrou fã de Jair Bolsonaro (PL). Todos os extremistas que estão praticando fake news contra as urnas têm sido defensores vorazes do atual presidente.

Quem está fora da Globo?

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Se Cássia Kis nunca mais deverá ter uma chance na Globo após Travessia, ela não é a única. Escaladores de elenco estão observando nomes como Victor Fasano, Carlos Vereza e Elizangela são descartados para trabalhos futuros. Além deles, quem também está na lista de cortes do canal é Regina Duarte. A atriz vem questionando o resultado das urnas, praticando fake news e corre o risco de ser indiciada por apologia ao nazismo.

Por outro lado, diretores graúdos da Globo deixam claro em documentos internos que a proibição não se estende para eleitores de Bolsonaro. A experiência com Humberto Martins em Travessia e Juliano Cazarré em Pantanal é citada como exemplos de que artistas equilibrados terão espaço, ainda que pensem diferente dos demais colegas. A ordem é contra extremistas.

A decisão é para proteger a emissora, segundo os funcionários que toparam falar com o NaTelinha. A direção não gostou nada de ver o nome da Globo vinculado à manifestações antidemocráticas ou de polêmicas extremistas. Como o canal paga direito de imagem para seus funcionários, a opção é se distanciar ao máximo de quem radicalizou no discurso.

Procurada a Globo disse que a informação não procede.

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