Antenado

Em 2020 de pandemia, TVs tiveram desempenho distinto neste ano; veja quem sobe e desce 

Coluna analisa quais emissoras se despedem do ano maiores ou menores


Glenda Kozlowski e Elia Jr no Show do Esporte
Band sai de 2020 maior - Foto: Reprodução

O ano de 2020 foi atípico para todos nós. Um ano de pandemia de um vírus que não se sabia bem como lidar, porque era novo. Um momento onde o mundo teve que parar imediatamente toda a sua produção de entretenimento e o jornalismo se fez cada vez mais forte. Mas no Brasil, a televisão brasileira teve que encarar a realidade de forma rápida. As cinco maiores redes comerciais do país tiveram um desempenho totalmente destoante.

A Globo precisou paralisar a produção de suas novelas, seu principal produto, e está com reprises no ar há quase um ano. A expectativa é que 2021 seja algo melhor. Na Record e no SBT, novidades virão logo no início deste ano que se inicia. Band e RedeTV!, porém, viveram períodos distintos. Neste texto, esta nobre coluna antenada irá analisar quais emissoras saíram maiores ou menores de um ano totalmente diferente. 

O critério usado foi a tentativa de se trazer conteúdo inédito para a televisão aberta e a produção jornalística, além de polêmicas - se sua emissora favorita se meteu em menos furadas ou tomou poucas decisões erradas, menor a chance dela ter um 2020 para esquecer. 

O NaTelinha lista os fatos por ordem alfabética das TVs: 

Band - 2020 positivo

No fim de 2019, a Band tinha diversos problemas. Sua programação não competia bem por índices de audiência. O esporte, outrora muito importante, era quase inexistente. A linha de shows estava morta, com um MasterChef desgastado. Até o jornalismo vinha sendo questionado, ainda mais depois da morte inesperada de Ricardo Boechat. Mas tudo mudou - ou grande parte das coisas. 

O jornalismo se fortaleceu e voltou a ter investimentos. O entretenimento ainda tem problemas, mas existe alguns êxitos como escalar séries americanas nos sábados à noite. Mas o grande ponto foi o resgaste do esporte. Com uma nova direção, eventos esportivos foram comprados e a maratona Show do Esporte, que consagrou o canal como o "canal do Esporte" nos anos 80 e 90. Contratações foram feitas, como as chegadas importante de Glenda Kozlowski, Mariana Godoy e Zeca Camargo. Craque Neto está repercutindo mais do que nunca.

Dentro do possível, a Band tentou seguir relevante em 2020. E conseguiu. Encerra o ano com boas perspectivas para 2021. 

Globo - 2020 positivo

Em 2020 de pandemia, TVs tiveram desempenho distinto neste ano; veja quem sobe e desce 

A maior emissora do Brasil conseguiu se sair bem, mas tomou algumas decisões erradas. A principal delas foi abrir mão dos direitos de transmissão da Libertadores da América. Outra foi a escala equivocada de algumas reprises - principalmente Haja Coração. Por fim, a volta precoce para as gravações de novelas também merece ser criticado. Mas de restante, a Globo manteve com muito mais acertos que erros. 

Seguiu seu processo de união em uma só empresa, investiu mais no streaming e estreou as tão pedidas novelas clássicas no Globoplay. No jornalismo, seguiu fazendo algo exemplar. O Jornal Nacional teve, talvez, o melhor ano de sua história. O Fantástico deu aulas semanais de reportagens especiais. O Conversa com Bial se reinventou e virou um imperdível talk-show. Seguiu mostrando por que é a melhor TV do país. 

Record - segue em patamar igual

Em 2020 de pandemia, TVs tiveram desempenho distinto neste ano; veja quem sobe e desce 

A Record não teve grandes movimentações em 2020. Apesar da recontratação de Reinaldo Gottino e da chegada de Carolina Ferraz, o jornalismo não fez nada de diferente do que vem apresentando nos últimos tempos. Ainda criticado por ter uma linha parcial pró-Governo, a emissora ainda defendeu o seu protegido, o, agora, ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella. Outro erro foi a inexplicável reprise da novela Apocalipse. 

O grande destaque do ano foi de fato A Fazenda 12 e Marcos Mion. Mas uma andorinha só não faz verão. A Record ainda precisa melhorar questões, como sua programação de sábado e domingo. Sem isso e outros fatores, ela continua na mesma. 

RedeTV! - 2020 negativo

Em 2020 de pandemia, TVs tiveram desempenho distinto neste ano; veja quem sobe e desce 

Não dá para dizer que a RedeTV! teve um bom 2020. A chegada de Sikêra Jr animou os índices inicialmente, mas agora, até o Ibope é decepcionante - isso sem falar de suas falas, no mínimo, controversas no ar. Outro ponto foi a estreia do inacreditável Opinião no Ar, que conta com Luís Ernesto Lacombe e Rodrigo Constantino. Parece um canal de YouTube bizarro que propaga fake news em TV aberta. 

Mas devemos falar aqui principalmente da falta de respeito com seus profissionais. Até o final deste ano, a emissora obrigou funcionários a assinarem um termo que autorizava a emissora a pagar um salário reduzido. Além de trabalharem na pandemia, os contratados recebiam menos do que deviam e o restante era completado pelo Governo Federal.

Tentativas de vendas sem ninguém saber, bloqueio de bens dos donos... A RedeTV! conseguiu o que era inimaginável em 2020: cair ainda mais. 

SBT - 2020 negativo

Em 2020 de pandemia, TVs tiveram desempenho distinto neste ano; veja quem sobe e desce 

O SBT teve boas notícias no ano que se finda. Reviveu seu núcleo esportivo e comprou a Libertadores da América, deixada de lado pela Globo. Mas teve muitas perdas em 2020. Rachel Sheherazade, Carlos Nascimento, Maisa Silva, Lívia Andrade, Leão Lobo, Mamma Bruschetta... Muita gente deixou o canal de Silvio Santos no ano que se passou. Mesmo de casa, o Patrão seguiu com decisões malucas - exibiu um encontro virtual de Bolsonaro com sua esposa e soltou um memorando interno defendendo um encontro seu com o presidente do país. 

A produção da novela As Aventuras de Poliana foi suspensa e sem previsão algum de retorno. A crise bateu forte demais na Anhanguera, e fez com que muitos programas fossem totalmente reprisados até os dias de hoje. Logo no ano em que vai comemorar 40 anos de existência, o SBT precisará provar que não está caminhando para a não relevância. E o caminho é árduo. 

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