Antenado

Destaques e erros da cobertura das eleições americanas nas TVs de notícia

Disputa entre Joe Biden e Donald Trump ganhou a atenção do Brasil e do mundo


Os jornalistas brasileiros Raquel Krähenbül, Guga Chacra e Cecília Flesch na cobertura das eleições dos EUA
Raquel Krähenbül, Guga Chacra e Cecília Flesch foram destaque na cobertura das eleições dos EUA pela TV no Brasil - Foto: Montagem NT

Desde a última terça-feira (3), não se fala em outra coisa nos canais de notícia da TV brasileira. As eleições americanas entre Joe Biden e Donald Trump ganharam a atenção do mundo e de boa parte da população brasileira. GloboNews, CNN Brasil, Record News e Band News deram amplo destaque, do tamanho que a história merece. Muita gente sairá maior e com mais moral com o público dessa extensa cobertura de muitas horas - e até o fechamento desta coluna, sem definição.

Mas não foi uma cobertura perfeita. Houve acertos, erros, exageros. E no retorno deste espaço no NaTelinha, apontarei como a cobertura poderia ter sido melhor, e mais efetiva, além de dar espaços para outros fatos que acabaram acontecendo e ficaram esquecidos nesses dias de noticiário quente no maior país do mundo.

Os cinco maiores destaques da cobertura americana

1 - Raquel Krähenbül

Correspondente da Globo na Casa Branca e que já está no dia a dia do Governo Trump desde seu início em 2016, Raquel Krähenbül, pode-se dizer, foi a "MVP" da cobertura - MVP é o termo usado pelas ligas de esporte para definir o craque de um campeonato esportivo. Com informações relevantes, entrando ao vivo de todo o modo e sempre pronta para trazer uma atualização, Raquel ficou horas e horas ao vivo. E, dos repórteres da Globo nos Estados Unidos, foi a que se saiu melhor.

2 - Cecília Flesch 

Se Raquel foi muito bem nos Estados Unidos, Ceclíla Flesch voou no Brasil. Nome que sempre trazia atualizações da votação americana nos estúdios no Rio de Janeiro, e contextualizava de forma direta e leve para os espectadores. Já se destacando na Globo News faz um tempo, Cecília mostrou que está mais que pronta para ir mais longe no canal de notícia da Globo. Foi o principal nome da cobertura das eleções americanas que está aqui no Brasil.

3 - Guga Chacra

É chover no molhado, nesta altura do campeonato, falar bem de Guga Chacra. Com comentários pertinentes, muito conhecimento da história dos Estados Unidos e falando uma linguagem extremamente popular e de fácil entendimento, Guga e o seu jeito único sempre se sobressaem. Merece o destaque nesta coluna.

4 - Marcelo Lins

Outro nome da Globo News, Marcelo Lins também merece citação. Conhecedor profundo da política dos Estados Unidos, Lins sempre estava lá quando se ligava no canal de notícias da Globo, e sempre tinha um propósito por ter tanto espaço. Dos colunistas que estão no Brasil, era o que mais trazia informações dos bastidores das eleções americanas com detalhes. Para quem não o conhecia muito, foi um grande cartão de visitas para parte do público.

5 - Heloísa Villela

Indo para a CNN Brasil, Heloísa Villela se destacou entre os repórteres. Experiente correspondente internacional, que já passou por Globo e Record, Villela teve uma primeira grande cobertura desde que chegou na emissora de notícias novata. E mostrou por que, para muitos, é a melhor correspondente internacional da TV brasileira. Sem medo de correr atrás, com notícia na ponta da lingua e mostrando imagens que ninguém tinha, Villela foi uma grande aquisição que se provou mais que acertada.

6 - Carla Vilhena

Aqui se conta com um fator de um pouco de sorte. Logo em sua semana de estreia no novo canal de notícias, Carla Vilhena deu a sorte de pegar uma cobertura que se necessitava de uma grande experiência. Com uma mudança na linha editorial, uma apresentadora mais cascuda e noticiário pegando fogo, Carla Vilhena e o seu "Visão CNN" virou um outro jornal. De mais fraco da casa, ganhou nova vida. A edição de quarta (4), por exemplo, foi excelente. Vale o destaque.

7 - Rafael Colombo

Dos âncoras masculinos, chama a atenção na CNN Brasil de Rafael Colombo. Não por acaso, o "CNN Novo Dia" vem batendo recordes de audiência nos últimos dias. Pronto para falar sobre qualquer assunto, principalmente sobre as eleções americanas, Colombo mandou bem durante todos os dias, incluindo neste sábado (7), quando comandou o plantão noticioso da CNN. Vale entrar neste levantamento.

8 - Eduardo Barão

Do Grupo Bandeirantes, Eduardo Barão foi o grande nome. Correspondente dos Estados Unidos da Band e da Band News, Barão sempre trazia informações e um olhar diferente sobre a situação. Até por entender também de outros assuntos além da política, ele contextualizou até questões de como a música e o esporte tiveram importância grande nas eleições americanas deste ano. Foi o grande nome da Band na cobertura.

Pontos negativos

1 - Record News

Pode parecer chutar cachorro morto, mas não é. Lançada em 2007 como o único canal de notícias da TV aberta, a Record News pode até dar mais audiência por causa do sinal que tem em diversas cidades sem a necessidade de uma assinatura. Mas a sua cobertura foi praticamente uma "contraprogramação" do que as outras afirmavam. Só para se dar um exemplo: os dois discursos mais importantes das eleições, feitos por Trump e Biden na quinta e sexta respectivamente, foram ignorados pela Record News. O canal preferiu reprises ou programas da Igreja Universal. Nesse ritmo, é melhor mudar. Ou acabar. A Record News é tudo hoje, menos um canal noticioso.

2 - "Esquecimento" do Amapá e de fatos brasileiros

De fato, as eleções americanas é o assunto mais importante do mundo. Não se fala de outra coisa nas redes sociais. Mas é bom pontunar: isso não dá salvo conduto para os canais de notícia esquecerem o Brasil. E por alguns dias, foi isso que aconteceu. Vi praticamente tudo de todos os quatro canais noticiosos do país, e se falou muito pouco da situação do Amapá, que está em um grande colapso e sem energia e água faz mais de 72 horas. A Globo News quase não citou o assunto na sexta-feira (6). A CNN Brasil chegou a citar, mas não apresentou uma reportagem. Pelo contrário: chegou a apresentar uma pesquisa de intenção de voto em Macapá, capital do estado que vive a situação. Até se falou do fato, mas com muito pouco espaço e detalhamento. É fato também: se fosse no Rio de Janeiro ou em São Paulo que isto ocorresse, se ganharia mais espaço ou uma cobertura mais generosa. Vale a ressalva e a observação aos canal noticiosos.

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado