Antenado

As Five entrega o que promete e mantém padrão de Cao Hamburger

Série derivada de Malhação: Viva a Diferença chegou ao fim após 10 semanas


Gabriela Medvedovski, Ana Hikari, Heslaine Vieira, Daphne Bozaski e Manoela Aliperti
O quinteto Gabriela Medvedovski, Ana Hikari, Heslaine Vieira, Daphne Bozaski e Manoela Aliperti segue impecável

Depois de muita promessa e 10 semanas de muita repercussão nas redes sociais, finalmente As Five chega ao fim no Globoplay. Pensando nos diversos lados, a série de Cao Hamburger entregou o que prometeu para o público. Além de discussões necessárias para a demográfica do programa (jovens entre 18 e 25 anos), a produção também trouxe uma evolução bastante interessante das personagens-título de Malhação: Viva a Diferença.

Fique claro desde o início: a série não é para o mesmo público que viu a novelinha teen do horário da tarde da Globo. Tem mais ousadia na direção, no roteiro e vai fundo na realidade do jovem - ainda mais do que Viva a Diferença já foi. Logo no primeiro episódio, tem consumo de drogas e uma demonstração de como é a vida de uma moça que tem filho numa grande metrópole.

Outro ponto importante de As Five é nunca esconder para qual público ela fala. Lógico, a ideia é, se possível, chegar em toda a audiência. Mas o foco é o jovem e o público que viu Viva a Diferença anos atrás e que cresceu. Nesse ponto, Cao Hamburger manteve-se "invicto" e entrou novamente uma produção de bastante qualidade e coesa, mesmo que a premissa ainda estranhe - afinal, como cinco amigas ficaram sem se falar por três anos com tanta tecnologia?

Dito isto, as atuações estão mais seguras ainda. O quinteto Gabriela Medvedovski, Ana Hikari, Heslaine Vieira, Daphne Bozaski e Manoela Aliperti segue impecável. Cada uma com sua característica ou não, todas cresceram e amadureceram como atriz. Destaco aqui principalmente Gabriela e Ana, que entregaram muito nas cenas mais complicadas da série, nos episódios 1 e 9.

Outro ponto a se destacar é a entrada de Thalles Cabral, muito bem como Nem. Um alívio cômico em diversos momentos, o personagem trouxe um assunto pouco recorrente nas séries e produções atuais: o vício de boa parte dos jovens em pornografia. Juan Paiva, Giovanna Grigio e Tati Ang, com seus personagens, fazem um bom elenco de apoio para o programa.

As Five também teve suas falhas

Porém, ter boa qualidade não quer dizer que a série não tenha defeitos. Com a reprise de Viva a Diferença no ar, incomoda o fato da "rede de apoio" a Keyla (Gabriela Medvedovski) simplesmente ter sumido. Vira até uma incoerência grave do roteiro. Quando estava grávida, Keyla teve apoio de muita gente, inclusive seu pai, Roney Romano (Lúcio Mauro Filho). Mesmo que ele não possa ter participado do programa, não citá-lo, como se estivesse morrido, não foi a melhor decisão.

Outro ponto que incomoda foi a correria do último episódio. Por ter um tempo mais curto, os finais (sem maiores conclusões, porque a série foi renovada para uma segunda temporada no Globoplay) ficaram corridos. Não ruim, mas o desenvolvimento poderia ter sido muito mais claro do que foi, e isso daria ao público uma visão melhor da série.

As Five exaltou a vida adulta sem maturidade e o jovem que tenta ter certeza de tudo, sem saber o que vem pela frente. É uma boa companhia para maratonar num sábado à tarde e tem toda a cara de que, em breve, vai ganhar sua chance em TV aberta. O saldo final é bem positivo. Que a segunda temporada mantenha o nível, corrija o que for preciso e siga firme.

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