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Lula vai ao TSE contra Record; saiba o motivo

Ex-presidente vai questionar a decisão da emissora

Lula buscará explicações sobre as sabatinas da Record - Foto: Montagem
Por Daniel César

Publicado em 07/09/2022 às 21:12:00,
atualizado em 08/09/2022 às 09:49:57

O candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a Record. A equipe do petista ficou insatisfeita com as regras da sabatina da emissora do bispo Edir Macedo, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), e pedirá para a Corte realizar questionamentos ao canal.

Segundo a equipe do petista, o caso foi para o Tribunal decidir. "Entramos no TSE por conta da questão da Record", disse nota da assessoria de Lula enviada ao NaTelinha nesta quarta-feira (07). O fato mostra a insatisfação do líder na corrida eleitoral pela decisão unilateral do canal.

Com a ação, a equipe de Lula quer que o TSE determine a realização de sorteio prévio e imposição de multa em caso de descumprimento.

"Em que pese louvável a iniciativa adotada pela emissora, a escolha da ordem de realização das entrevistas deve, obrigatoriamente, adotar critério que proporcione e preze pela igualdade de oportunidades entre os candidatos e a candidata", argumenta trecho da representação, assinada pelos escritórios dos advogados Cristiano Zanin Martins, Eugênio Aragão e Angelo Ferraro.

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A Record confirmou que entrevistará os quatro primeiros colocados nas pesquisas de intenções de votos na última semana de campanha, nos dias 23, 26, 27 e 28 de setembro. Lula foi escolhido para estrear o quadro, numa sexta-feira, já que é o líder nas pesquisas.

A emissora explicou que seguirá por ordem de colocação do levantamento Ipec, divulgado em 2 de setembro. Segundo o relatório, o petista vem em primeiro, seguido por Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

“A Record TV irá realizar nos dias 23, 26, 27 e 28 de setembro uma série de sabatinas com os quatro candidatos à Presidência da República mais bem colocados na pesquisa IPEC de 29 de agosto de 2022. A ordem das entrevistas é decrescente da pesquisa. No dia 23 de setembro, o primeiro entrevistado será o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT); na segunda-feira (26), será a vez de Jair Bolsonaro (PL); dia 27, Ciro Gomes (PDT); e fecha a série no dia 28, a candidata Simone Tebet (MDB)", diz trecho da nota.

Porém, a audiência do Jornal da Record, atração que dará espaço aos presidenciáveis, é menor às sextas-feiras, segundo dados da Kantar Ibope. Levantamento feito pela reportagem mostra que, nas últimas 4 segundas-feiras, a audiência do Jornal da Record foi de 8,1 pontos na Grande São Paulo, enquanto o mesmo comparativo para as sextas-feiras mostra 7,1 de média. Isso representa uma queda de 14%, o que representaria uma desvantagem em relação ao seu principal adversário, o presidente Bolsonaro.

Logo após a confirmação do programa, a assessoria de Lula, ao NaTelinha, explicou que não foi consultada sobre as regras. E deixou claro que não concordava com a postura da emissora, relatando que estavam avaliando se iriam participar do programa. Aliados analisaram que o ex-presidente estava sendo prejudicado pelas regras criadas pelo canal.

Datas das sabatinas da Record

A campanha de Lula tem se questionado quais motivos fizeram a Record iniciar a sabatina numa sexta-feira. Em um primeiro momento, levantou-se a hipótese de ter algum envolvimento da Igreja Universal. Porém, outra teoria foi discutida dentro da equipe petista.

Se as entrevistas começassem no dia 26, uma segunda, seria inviável a participação de Tebet, pois no mesmo dia ocorre o debate da Globo. A sabatina da Record ocorrerá nos estúdios do canal em São Paulo e o encontro dos presidenciáveis da concorrência será feito no Rio de Janeiro. Porém, a equipe de Lula entende que seria muito mais fácil as sabatinas começarem no dia 19 deste mês. 

Lula e a Record

A relação Lula e Record não tem sido das melhores há anos. Em 2018, o bispo Edir Macedo se manifestou publicamente a favor do presidente Jair Bolsonaro e, de lá para cá, segue o apoiando, assim como lideranças da Igreja Universal.

Porém, nem sempre essa relação foi tão fria. Em 2007, o petista, então chefe do executivo federal brasileiro, participou da estreia da Record News. Dois anos depois, ele esteve presente na inauguração dos novos estúdios do RecNov.



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