Regina Duarte detona artistas e repete frase contra Lula
“Como em 2002, eu tenho medo”, escreveu a atriz, que defendeu Bolsonaro e atacou colegas que assinaram a carta em defesa da democracia
Publicado em 16/08/2022 às 13:55
Regina Duarte detonou artistas que assinaram a carta em defesa da democracia e do processo eleitoral brasileiro, uma iniciativa da Faculdade de Direito da USP. Entre os signatários, estão antigos colegas da atriz, como Antonio Fagundes e Fernanda Montenegro. Nas redes sociais, a apoiadora de Jair Bolsonaro subiu o tom político de suas postagens e repetiu uma frase famosa contra Lula, usada por ela há 20 anos, quando o candidato à presidência se elegeu pela primeira vez.
“Como em 2002, eu tenho medo”, escreveu Regina Duarte em publicação no Instagram. A postagem diz respeito à carta em defesa da democracia, assinada por vários artistas. “Que vergonha que eu tenho dessa ‘leva’”, exclamou. “Bate mesmo”, acrescentou, citou os citando nomes como o do jornalista Guilherme Fiuza e da deputada federal Carla Zambelli.
Ela vai em frente no texto: “Batam mesmo, patriotas, que o meu pluralismo abestado me impede de bater na categoria por mais indignada que eu esteja!”. E questiona: “De que democracia essa gente está falando?! Da que respeita as quatro linhas da Constituição não pode ser, porque se uma coisa o presidente Bolsonaro está fazendo é atuar constitucionalmente até o último fio do cabelo! Bolsonaro é exemplo de democracia para o mundo todo.”.
Regina ainda opina: “Só podem estar fingindo que não perceberam que as quatro linhas da Constituição já estão em vigor! Que ‘democracia’ essa ‘leva’ quer? É possível que estejam se referindo àquela que já aconteceu na Venezuela?! Ou a esta que está em cogitação no Chile, onde estão prestes a ressuscitar até a constituição do Allende?! E o buraco esquerdista em que a Argentina se meteu”.
Em 2002, Regina usou a frase “Eu tenho medo” na campanha de José Serra (PSDB). O sentimento era referente à candidatura de Lula à presidência do país. Naquele ano, o petista foi eleito pela primeira vez. Hoje, ele concorre novamente ao cargo de chefe do Executivo e lidera as pesquisas de intenções de voto, à frente de Bolsonaro.
Regina Duarte teve passagem relâmpago pelo Governo Bolsonaro
Em janeiro de 2020, Regina Duarte foi convidada por Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial da Cultura. O vínculo da artista com a Globo foi encerrado em fevereiro daquele ano, e ela passou a ocupar o cargo no mês seguinte. Alegando sentir falta da família, a atriz ficou somente dois meses no posto. Deixou a função com a promessa de que assumiria a Cinemateca de São Paulo, o que não aconteceu até hoje.
A trajetória de Regina na Secretaria de Cultura foi curta, mas chegou a render um abaixo-assinado do qual mais de 500 atores, cantores, roteiristas e outros profissionais da classe artística participaram para dizer que a veterana não os representava. O manifesto foi uma reação de repúdio ao menosprezo do órgão às mortes ocorridas na pandemia e na ditadura militar e ao desdém com o qual a atriz mencionou a tortura daquela época.