Vai na Fé: Elisa Lucinda teve apoio de pai de santo para viver evangélica
Zé Carlos Machado toca tambor xamânico no encerramento da coletiva de imprensa da próxima novela das sete
Publicado em 18/12/2022 às 09:30
Elisa Lucinda vive Marlene, a matriarca evangélica da família da protagonista Sol (Sheron Menezzes) e avó de Jenifer (Bella Campos) e Duda (Manu Estevão) em Vai na Fé, próxima novela das sete, que estreia em janeiro na Globo. A atriz falou sobre a experiência e a importância de ver um elenco formado por muitos negros na trama central como representante do povo brasileiro.
"Gosto da dignidade da dona Marlene, de considerar aquele genro, aqueles netos, aquela família. Ela considera aquilo tudo um tesouro. Preta que tem como estandarte ser digna. Não é à toa que um pai de santo disse pra mim 'vai na fé', quando eu nem sabia qual seria o nome da novela", contou ela na coletiva virtual de Vai na Fé.
A família vive no bairro de Piedade, subúrbio do Rio, e, como milhares de brasileiros, batalha muito para garantir uma vida digna. Dona Marlene prepara quentinhas que são vendidas por Sol no porta-malas de um carro. Aos domingos, eles vão juntos à igreja do bairro, onde Sol faz parte do coral.
"Me convidaram pra fazer uma evangélica, para compor esse imaginário do evangélico tão carregado de esteriotipo. Estou defendendo amorosamente, amo os louvores. Estou achando nela seu fundamento amoroso que é um antidoto pro mundo de guerra", conta.
"Há 30 anos muito de nós tínhamos possibilidade de entrar num trabalho de época e fazer papel de escravo. É um avanço no ponto de vista capitalista", comemora a atriz sobre o elenco central negro.
Elisa Lucinda ainda falou sobre sua fé e o gosto pelo candomblé. "Gosto da filosofia dos orixás, minha mãe era ecumênica, eu gosto da cultura do candomblé, é uma cultura da relação, que te põe ligado, não religado. Ninguém foi expulso do paraíso, é outro fundamento. Um filho de Oxossi tem uma relação com a mata e não vai desmatar. É uma relação com a naturza que é a maior relação com sagrado que existe. O grande sagrado é a existência, é estarmos aqui, nós somos esse sagrado também", disse.
Já sobre quem dúvida se Vai na Fé será uma novela evangélica, a autora esclarece que não, apenas a protagonista e sua família seguem a religião e falam do assunto.
"A Sol vem de uma família aspiracional e não seria estranho que ela fosse evangélica. Apesar da religiosidade não ser um pilar da novela, ela é importante porque é um dado importante sobre os brasileiros. É dessa forma que ela aparece na novela, na construção do personagem", explica Rosane Svartman.
A ideia de fazer uma protagonista evangélica surgiu após uma pesquisa sobre a novela Bom Sucesso, no qual muitos telespectadores declararam que seguem a religião. "Vi que o público evangélico não estava afastado das novelas da Globo. Comecei a pensar nisso e nasceu a Sol. Foram pesquisas e entendimentos", conta.
Vai na Fé: Zé Carlos Machado toca tambor xamânico
A coletiva de Vai na Fé contou ainda com a participação do diretor, Paulo Silvestrini e parte do elenco, entre eles, a protagonista Sheron Menezzes, Carolina Dieckmann, Bella Campos, Claudia Ohana e Zé Carlos Machado, que encerrou a coletiva tocando um tambor xamânico, ritual que serve para que os xamãs se conectem com seus animais de poder e até mesmo invoquem os espíritos de cura.
Ele vive Fábio, um ator e cantor que abandonou a carreira para viver com Dora (Claudia Ohana) no Refúgio Paz de Lumiar, um local de contato com a natureza, paz e renovação.
"O Fábio primava muito pela fama, dinheiro, a questão do capitalismo selvagem. Chega uma hora q há um esgotamento da alma", explica o ator.
"Dora é aquela pessoa que largou a vida na cidade grande, o estresse, e foi viver em contato com a natureza. Junto com o Fábio, ela criou o Refúgio Paz de Lumiar, um centro de terapias holísticas.", contou Claudia Ohana sobre a personagem de Vai na Fé.
