Pantanal cumpriu a função e devolveu o prazer de ver novela
Trama virou um fenômeno no Brasil
Publicado em 07/10/2022 às 04:15,
atualizado em 07/10/2022 às 09:19
Quando Pantanal estreou a Globo tinha alguns obstáculos a superar - e a emissora sabia disso. A trama recebia com números tão baixos como nunca visto antes, além disso era preciso manter a memória afetiva intacta do público que viu a versão original. Tudo isso num ano das eleições mais polarizadas da democracia brasileira e também com Copa do Mundo prevista.
Disputar espaço de audiência, interesse e repercussão com eleição e Copa do Mundo não é tarefa fácil, mas Pantanal tirou de letra. Todos os objetivos da trama foram cumpridos sem dificuldades: os 23 pontos de média de Um Lugar ao Sol foram superados com folga - a novela deve terminar com 30. Mesmo com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) protagonizando a disputa mais polarizada da democracia, a novela superou as brigas e foi a grande protagonista de repercussão no país.
A Globo sabe que Pantanal foi um fenômeno, principalmente a se tirar pelo alto número de publicidade. A produção rendeu mais de R$ 1 bilhão para os cofres do canal e diversas sequências e personagens caíram na boca do povo. Mas dinheiro não é tudo e era necessário que o remake fosse além: e ele conseguiu.
Por muitos momentos ninguém falava de outra coisa no Brasil que não fosse a novela de Bruno Luperi com direção artística de Rogério Gomes e Gustavo Fernandez. Seja com a história de amor de Muda (Bella Campos) e Tibério (Guito) ou com a trágica morte de Madeleine (Karine Teles), a produção foi o assunto do país em 2022.
Pantanal devolveu ao telespectador o prazer de assistir e comentar novelas. Quem não gostava de falar com o vizinho, na internet ou com o colega de trabalho sobre as cenas em que Juma (Alanis Guillen) virava onça? Qual o brasileiro que, como Lula, não torceu por Maria Bruaca (Isabel Teixeira)? Quando a sociedade fala de uma novela é porque ela não é apenas um sucesso, mas um fenômeno.
Quem viu a versão original, da TV Manchete em 1990, teve o prazer de rever personagens e se reconectar com a história sem se sentir traído. Quem não assistiu pôde conhecer uma das maiores histórias de todos os tempos. O remake não só fez juz à obra como foi ainda melhor e entregou interpretações vivas e fotografia cinematográfica, além do padrão Globo de qualidade.
O fenômeno Pantanal sai de cena novamente com a missão cumprida, mas deixa um legado de inúmeras cenas inesquecíveis e o mais importante: devolveu à Globo o prazer de fazer boas novelas e do público em assistir. Que venha Travessia.