Eu sei quem vai matar Odete Roitman em Vale Tudo e o palpite é óbvio
A nova Vale Tudo vem mostrando que tudo é óbvio, então, a identidade do assassino da vilã não deve ser diferente
Publicado em 28/07/2025 às 20:52,
atualizado em 28/07/2025 às 20:52
A nova versão de Vale Tudo não é uma das obras mais ousadas da história do Brasil. Por mais que a autora Manuela Dias, em toda entrevista, tente fugir dos clichês e mostrar um nível de conhecimento acima da média, quase tudo que ela escreve não consegue ultrapassar a linha do superficial e do raso. Diante de tudo o que se viu até agora, o palpite para quem será o assassino de Odete Roitman (Debora Bloch) não parece difícil de se acertar.
O título desta análise é forte justamente para chamar a atenção para um dos maiores defeitos do remake. Enquanto a obra original de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères era instigante, autoral, ousada e experimental, a Vale Tudo e Manuela Dias é óbvia, clichê, excessivamente sem conteúdo e peca pela falta de profundidade. Embora a autora beba da fonte da trama exibida nos anos 80, ela desfigurou sua principal característica: a ousadia.
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Pelas entrevistas e pelo que se viu no ar, com direito a repetição de sequências icônicas, como Raquel (Taís Araújo) rasgando o vestido de noiva da filha Maria de Fátima (Bella Campos) ou mesmo a pífia cena mal modificada em que Solange (Alice Wegmann) agride a rival, parece certo que Odete Roitman terá o mesmo fim trágico e será assassinada na reta final, criando a pergunta: "Quem matou Odete Roitman?"
É improvável que alguém consiga dar um desfecho mais surpreendente que o da primeira versão, com Leila sendo a assassina. Não parece que o destino de Carolina Dieckmann será este, principalmente porque a nova autora parece disposta a dissipar todas as características e criar sua própria identidade para a obra, ainda que seja muito ruim.
Mas não é difícil apostar na identidade de quem matará a vilã de todas as vilãs. Principalmente porque Manuela Dias cometeu o maior equívoco de seu texto ao modificar sensivelmente uma história do núcleo central: Leonardo, filho morto num catastrófico acidente de trânsito e que deixou Heleninha desorientada, agora está vivo. Com essa decisão, o alcoolismo de Helena (Paolla Oliveira) também perdeu a razão de existir.
A revelação de que Leonardo (Guilherme Magon) está vivo por si só já foi um erro, mas quando a novelista optou por fazê-lo fingir estar com um grave problema de saúde e retornar de forma triunfal para humilhar a mãe piora tudo. Não há justificativa plausível para esta decisão e para que a Globo tivesse autorizado, a não ser uma: a morte da mãe.
Leonardo não tem função narrativa em Vale Tudo porque ele morreu na versão original e sua morte orbita todo o drama enfrentado por mãe e filha a partir disso, inclusive com Raquel sendo a responsável por revelar a grande verdade por trás do acidente.
Com ele vivo, o personagem só pode ter uma única função: ser o assassino de Odete Roitman. Parece bastante óbvio que alguém que não estava na versão original tenha sido criado apenas para dar cabo da vilã, mas Vale Tudo em 2025 foi outra coisa senão óbvia? Diante disso, podemos cravar: eu descobri quem vai matar Odete Roitman em Vale Tudo: seu filho, Leonardo.