Ana Thaís Matos diz ser privilégio trabalhar com Galvão: "Muito incrível comigo"
Comentarista da Globo trabalha ao lado do narrador nos jogos da Seleção diretamente do Catar
Publicado em 10/12/2022 às 08:27
Ana Thaís Matos, comentarista da Copa do Mundo do Catar pela Globo ao lado de Galvão Bueno, se destacou com suas análises a cada jogo do Brasil e tem a importância de quebrar barreiras ao ser a primeira mulher a ocupar essa função no mundial pela emissora. Apesar de a Seleção ter sido eliminada após a derrota para a Croácia, a jornalista segue no Catar e deve ser escalada também comentar as semifinais e final do mundial.
Na primeira fase, no entanto, algumas pessoas apontaram um certo machismo do narrador veterano em relação a ela, por ignorá-la em alguns momentos. Foram muitas críticas nas redes sociais relacionadas a esse tema pedindo respeito à comentarista.
Mas, contrariando o pensamento de muita gente, a jornalista tem uma relação de gratidão e carinho com Galvão Bueno e, embora não cite diretamente a repercussão dos últimos jogos, deixa claro que não tem qualquer mágoa dele. No final do pós jogo de ontem, ela até disparou para o Brasil inteiro ouvir que Galvão Bueno "é o cara".
"Sou muito suspeita para falar sobre o Galvão. Desde a primeira vez que eu participei do Bem, Amigos!' ele sempre foi extremamente profissional e carinhoso comigo, no sentido de fazer as trocas que são tão importantes durante as transmissões", conta ela em entrevista ao NaTelinha.
Ana Thaís diz que essa comunicação é muito importante e eles têm isso desde o meu começo, na Copa do Mundo Feminina, em 2019.
"Minha primeira transmissão na TV Globo foi com ele, em Brasil x Jamaica, na Copa do Mundo Feminina. Depois fizemos Jogos Olímpicos e inúmeros amistosos da seleção masculina até chegarmos aqui. Não começamos a trabalhar juntos agora. Esse é um depoimento muito sincero. Nós temos uma relação muito feliz, sincera e profissional".
E para confirmar essa boa relação entre os dois, ela conta que recentemente, no dia do aniversário de casamento do Galvão, ele organizou um jantar para poucas pessoas, as mais próximas, lá no Catar.
"Eu estava trabalhando na redação aqui no Catar e ele veio na minha direção, bateu no meu ombro e disse: 'Eu queria que você fosse no meu jantar hoje. Eu vou comemorar 22 anos de casamento com a Desirée e também o meu jogo de número 50 com a seleção brasileira em Copas e gostaria muito que você viesse", recorda.
Galvão disse que eles iriam jantar direto do estádio, depois da partida contra a Suíça (que era um pouco mais cedo) e sugeriu que ela levasse uma roupa extra para trocar no estádio, para não precisar ir com a camisa de transmissão e ficasse à vontade.'
"Achei aquele gesto tão carinhoso. Ele não tinha obrigação alguma de me chamar. Era um jantar com a esposa e alguns amigos que estão aqui. É um cara muito incrível comigo. Todos os dias, quando encerro as transmissões, eu faço uma oração e agradeço a Deus pela oportunidade de trabalhar com o maior comunicador da história do esporte brasileiro. É um privilégio fazer parte da última Copa do Mundo dele como narrador na TV Globo".
Ana Thaís: "Tenho muita segurança no meu trabalho"
O Brasil perdeu para a Croácia nas quartas de final ontem (9) e foi eliminado do Mundial. Ana Thaís estava confiante e já tinha sua preferência para enfrentar a Seleção.
"A Copa do Mundo tem muitas histórias maravilhosas, mas caso o Brasil avançasse para a final eu gostaria muito que fosse contra a França, embora seja uma pedra do nosso sapato. Seria uma possibilidade de espantarmos esse fantasma, de o Neymar superar o Mbappé e de termos a possibilidade de fecharmos o ano felizes, derrotando a França, depois de termos sido eliminados por eles algumas vezes na história das Copas".
Uma das derrotas que o Brasil amargou para a França foi o 3 a 0 na final da Copa de 1998. Em 2006, a Seleção foi eliminada nas Quartas de Final após perder para a França por 1 a 0 após gol de Thierry Henry.
E com a grande chance de ser uma mulher ocupando um lugar de destaque na TV aberta diretamente do Catar, a jornalista diz que é muito difícil encontrar uma palavra para resumir uma Copa do Mundo.
"Mas até aqui ela tem sido "feliz". Eu estou muito contente de estar fazendo essa Copa. Eu tenho muita segurança no meu trabalho e respaldo no meu dia a dia. Realmente estou desfrutando desses dias todos que estou vivendo e poderia dizer que até aqui eu tenho vivido uma Copa feliz. Espero que continue assim até o final", comemora.
Ana Thaís Matos cresceu em Itanhaém, cidade do litoral de São Paulo e sempre teve uma relação forte com esporte: jogou futsal, futebol, beach soccer e também praticou capoeira. Ela formou-se em jornalismo em 2011, estagiou em jornais e ingressou no Grupo Globo, em 2012, como repórter esportiva da Rádio Globo São Paulo, onde foi setorista do Palmeiras durante três anos.
Na Copa do Mundo FIFA de 2018, estreou no SporTV, antes de chegar à TV aberta. A jornalista foi a primeira comentarista feminina na TV Globo, na partida entre Brasil x Jamaica, na Copa do Mundo feminina.