Mary Poppins, sua história e seus filmes
Publicado em 15/02/2020 às 11:50
Você aí que está lendo essa matéria, repita comigo: "Inconstitucionalissimamente". Muito bem! Também, essa é fácil, né? Eu tenho um trava-língua bacana pra galera. Tenta agora falar esta palavrinha aqui: "Supercalifragilisticexpialidoce". Difícil de conseguir, né? Tudo bem, eu entendo. O som dessa palavra não é nada doce.
Pode até não ser doce, mas é uma delícia de ouvir pros fãs da personagem que é a protagonista da dica de hoje: Mary Poppins. A babá inglesa que há gerações rouba os corações de crianças de adultos do mundo inteiro.
Mary Poppins é criação de P. L. Travers., pseudônimo da escritora Pamela Lyndon Travers. Ela escreveu o primeiro livro da personagem em 1934. Ao todo foram 12 livros.
Walt Disney era um grande admirador da autora. Mas ela não era uma grande admiradora dos desenhos animados do Disney. Quando ele decidiu adaptar a personagem para o cinema, ela se recusou terminantemente a ceder os direitos da personagem. Mas Disney, que era conhecido por sua perseverança, continuou insistindo, ano após ano. Até que a Travers se viu num momento em que os seus livros já não vendiam tão bem, e acabou se rendendo a oferta do Walt Disney.
Lançado em 1964, Mary Poppins conta a história de Jane e Michael, os filhos mimados e entediados de um rico casal da Londres de 1910. Eles são terríveis, e nenhuma babá aguenta ficar muito tempo naquela casa. Até que chega Mary, interpretada com carisma avassalador por Julie Andrews.
Mary é uma babá que, além de encantadora, tem poderes mágicos. Quando Mary leva as crianças para passear pela cidade, cada parada é uma aventura inesquecível. Principalmente quando eles encontram um velho amigo da Mary, o faz-tudo Bert.
Bert provoca Mary Poppins a usar seus poderes mágicos para levar o grupo para o interior de um desenho que ele fez. E essa é a deixa para a Disney combinar atores com desenhos animados, numa cena inesquecível. Sim, aquela da palavra difícil.
Agora não tem jeito, desiste. Você vai ficar com essa música na cabeça o dia inteiro. E o filme é cheio de canções marcantes. Não é a toa que ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora. Que foi apenas um dos cinco Oscar do filme, que incluiu o de melhor atriz, para Julie Andrews.
De 1964 para cá, Mary Poppins só viu o seu status de cult movie crescer. E os fãs do filme nunca esqueciam da última frase de Bert no filme. Enquanto via Mary Poppins partir voando, Bert disse: "Adeus, Mary Poppins. Não fique longe por muito tempo". E ela realmente não ficou longe por "muito" tempo... Só 55 anos.
Em O Retorno de Mary Poppins, Mary mais uma vez desce das nuvens, agora interpretada por Emily Blunt. Sua missão, mais uma vez, é ajudar a família Banks. Só que agora o casal de irmãos são adultos. Michael enviuvou recentemente e conta com o auxílio da irmã Jane pra cuidar de seus três filhos.
Tudo parece igual ao que era antigamente. Mas o filme original se passava na década de 1910, na Grã-Bretanha eduardiana. E o novo longa acontece por volta de 1930, quando Londres, assim como o mundo inteiro, está mergulhada na crise econômica que veio com a Grande Depressão de 1929.
Além de apaixonado pela personagem e pelo filme original, o diretor Rob Marshall, estava à altura do desafio de retomar esse universo. Dono de uma sólida experiência em teatro musical, ele adaptou Chicago pro cinema e fez o maior sucesso.
E também levou pras telas o clássico Into the Woods ou Caminhos da Floresta. Que foi a primeira vez em que trabalhou com Emily Blunt. Marshall ficou tão impressionado com a atriz que a convidou pra ser a nova Mary Poppins.
O elenco todo é brilhante. Bem Wishaw vive Michael e Emily Mortimer é Jane. Já Meryl Streep faz a tresloucada Topsy e Colin Firth, o vilanesco Wilkins.
Autor e diretor de teatro especializado em musicais, Lin-Manuel Miranda interpreta Jack, o acendedor de lâmpadas amigo de Mary Poppins. Ele assume o papel que foi de Dick Van Dyke no primeiro filme. Aliás, Dick Van Dyke faz uma participação divertidíssima nessa continuação, que é grandiosa em todos os sentidos.
O Retorno de Mary Poppins é exatamente isso. Uma volta à alegria, ao deslumbramento e a sensibilidade da infância. Ao mesmo tempo em que é um encanto pras crianças, é o antídoto perfeito pra adultos que acham que perderam a capacidade de se conectar com a magia.
Pra nós, fãs dos dois fãs dessa babá mágica, fica a esperança que, desta vez, a Mary não demore tanto tempo pra retornar.