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Tenso, Bolsonaro só relaxou em um momento no JN, diz especialista

Psicóloga Miriam Alice analisou o comportamento do presidente na bancada do JN

Bolsonaro só relaxou em um momento da entrevista - Foto: Reprodução/Globoplay
Por Daniel César

Publicado em 23/08/2022 às 18:48:00

Jair Bolsonaro (PL) estava tenso na bancada do Jornal Nacional, na última segunda-feira (22). A afirmação é da psicóloga Miriam Alice, que analisou o comportamento do presidente a pedido do NaTelinha. Segundo ela, embora tenha demonstrado ter se preparado para a entrevista, o candidato à reeleição só ficou aliviado e descontraído em um momento: quando a sabatina chegou ao fim.

"Bolsonaro iniciou o encontro de forma apreensiva e com postura defensiva, em uma entrevista com viés de enfrentamento", afirma a profissional, acostumada com atendimentos de assessoria escolar e empresarial, além de palestras, cursos e atendimento. 

"Em momentos com temas polêmicos, recorria às anotações, quando podia se refazer dos questionamentos dos entrevistadores", avalia Miriam, antes de iniciar a análise de momentos importantes da sabatina.

"O candidato recebeu uma pergunta que o inquietou, quando se ruborizou pela tensão que o tema desperto", revela a psicóloga. Ela se referiu a questão levantada por Renata Vasconcellos, que o lembrou dos momentos em que ele imitou pessoas com falta de ar no pior período da pandemia da Covid-19. Esse tema, inclusive, foi o mais buscado na web, segundo informações da Quaest. 

Mas nem apenas de momentos ruins viveu a participação do presidenciável no JN. Miriam relata que ele tentou se mostrar seguro e estava mais preparado para sua participação na sabatina da Globo, que foi vista por mais de 43 milhões de brasileiros.

"Bolsonaro teve comportamento de esquiva em arguições polêmicas, e buscou apresentar as declarações que ele se preparou e que se sentia seguro para proferir. Mostrou-se mais seguro e conseguiu escapar das provocações."

Miriam Alice

A profissional em comportamento humano ainda lembra a polêmica cola, usada nas mãos do presidente. "A 'cola' na mão do candidato não foi recorrida em público, contudo serviu para despertar a atenção dos telespectadores, até mesmo por ser um comportamento popular", justifica, comprovando tratar-se de uma estratégia planejada a fim de repercutir, o que conseguiu.

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A médica revela ainda qual foi o momento em que ele esteve mais à vontade. "No tema economia, o candidato ficou confortável ao discursar", mas pondera que houve momentos delicados. "Aos 26 minutos, aproximadamente, ao olhar para o alto, o candidato comunicou gestualmente a sua resposta à pergunta, que significou que não é por vontade, mas para além disso."

O trecho a que se refere a análise é a respeito da pergunta de William Bonner a respeito do motivo do Ibama não poder queimar tratores usados de forma ilegal para o desmatamento. A resposta do candidato foi "para cumprir a lei".

"Nas considerações finais, o candidato respirou aliviado e mostrou descontração, pela primeira vez."

Miriam Alice

Bolsonaro no Jornal Nacional

O nervosismo do presidente, segundo análise da profissional, especialista em Psicanálise Clínico-Institucional, além de MBA em Gestão de RH e com especialização em Psicoterapia de Casal e Família e em assistência às pessoas com uso problemático de Álcool e outras drogas, foi muito diferente do que ele tentou mostrar antes da sabatina começar.

Em vídeo divulgado por Fábio Faria, ministro das comunicações, durante a tarde, o presidente aparecia relaxado e fazendo uma piada, prometendo que iria dar um beijo em Bonner, o que não foi feito.

Embora com tensão, a entrevista com Bolsonaro no Jornal Nacional rendeu grande desempenho de audiência para o programa também na grande São Paulo. Mas o programa foi cheio de polêmicas, com direito até a Bonner fazendo o presidente prometer que vai aceitar os resultados que as urnas mostrarem.



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