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Em Além da Ilusão, entre boas e más, mulheres brilham

Vilãs, mocinhas e coadjuvantes roubam a cena com histórias fortes


Larissa Manoela, Paloma Duarte e Malu Galli em Além da Ilusão
Larissa Manoela, Paloma Duarte e Malu Galli são responsáveis por boas atuações - Foto: Reprodução/Globo

Além da Ilusão começa a entrar em reta final e segue mostrando uma linha reta praticamente desde a estreia: a força das personagens femininas. Não importa muito o olhar, se é de uma mãe sofredora, como Violeta (Malu Galli) ou de uma vilã pérfida, como Úrsula (Bárbara Paz). Até as coadjuvantes, como a amargurada Heloísa (Paloma Duarte) ou mesmo a espevitada e sem juízo Emília (Gaby Amarantos).

Fosse para citar nomes, a lista seria quase interminável porque a trama assinada por Alessandra Poggi mostra uma capacidade que chama a atenção de fazer boas histórias para as mulheres e personagens femininas fascinantes, seja com muito ou com pouco espaço. Todas elas possuem um arco narrativo que atrai os olhos e alcança todos os gatilhos para chamar a atenção do telespectador, um acerto que é raro de se fazer em novelas, principalmente nas mais recentes.

É difícil nomear uma personagem melhor escrita ou com um drama melhor que o outro. Todas tiveram momentos importantes e crescente dramatúrgica suficiente para dar oportunidade para as atrizes brilharem. Facilmente se encontraria uma dezena de personagens mulheres, cuja linha narrativa segue coerência, coesão e, principalmente, temas universais que são debatidos diariamente, ainda que Além da Ilusão se passe há quase 100 anos. Isso porque, as lutas e a posição das mulheres no mundo real mudou muito pouco, embora as leis tentem dizer o contrário.

Além da Ilusão tentou pintar uma história de um triângulo amoroso claramente estabelecido com um mocinho, uma mocinha e um vilão. Mas nada disso funcionou e a narrativa central ficou para escanteio, não pelas mão da roteirista, que manteve a condução com o mesmo espaço, mas nos debates diários. Se Joaquim (Danilo Mesquita) não funcionou como vilão porque é quase um adolescente, tamanha a bananice, Davi (Rafa Vitti) não foi muito diferente, assim como Isadora (Larissa Manoela).

O drama em que o namorado é acusado por matar a amada, sem que o tenha feito, e anos depois se apaixonaria pela irmã caçula da morta tinha tudo para ser mais um elemento interessante da novela, mas não funcionou. E não por culpa dos atores, mas porque a história acabou não acontecendo e passou a girar sem sair do lugar numa guerra vazia entre Davi e Joaquim.

Numa trama de mulheres tão fortes e reais, em que a gente poderia encontrar em nossas mães, irmãs e vizinhas, Isadora é fora da curva. Embora Larissa Manoela tenha mostrado talento e construído uma mocinha crível, a personagem não ajuda. Vendida como diferente da irmã Elisa (também interpretada por Larissa), a protagonista da história é à frente de seu tempo. Mas o que se viu em tela foi apenas um adolescente deslumbrada e rebelde, como vemos aos montes na TV e que, nos momentos mais marcantes, agiu como uma legítima tradicional, quase reacionária. Uma decepção.

O que não decepcionou, no entanto, foram as outras mulheres de Além da Ilusão. Poggi precisa fazer ajustes para suas próximas tramas e achar mocinhas que tenham motivações e decisões justas e coerentes. Mas basta manter a força de suas mulheres e tudo ficará bem.

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