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Rotas do Ódio já tem quarta temporada prevista

Série mostra o dia a dia das pessoas que estão submergidas no mundo do crime de ódio


Foto de Rotas do Ódio
Nova temporada vem aí - Divulgação/Canal Like

O ódio, como qualquer outro sentimento, muitas vezes começa como uma sementinha. Mas como qualquer semente, é só ir alimentando ela, que ela vai crescendo, crescendo... E muitas vezes toma proporções inimagináveis. Um exemplo: Em São Paulo, 23 grupos de ódio organizados agem de forma sistemática nas ruas da cidade. A série da NBC Universal Brasil, Rotas do Ódio, mostra um pouco pra gente como e por que os crimes de ódio acontecem no Brasil.

Rotas do Ódio é um drama policial bem tenso, que lembra séries como The Wire e The Shield. Em São Paulo, Carolina Chagas é a chefe da DECRADI - sigla para Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. Ao lado de sua equipe, todo dia ela investiga as rotas do ódio - crimes que são especificamente cometidos contra minorias. Em particular, Carolina investiga os crimes cometidos pela Falange Branca uma gangue de skinheads neo-nazistas liderada pelo playboy Gustavo Zooter, ou o Jason - como ele é conhecido na gangue.

 Ao mesmo tempo que Carolina corre contra o tempo para que Jason e a Falange Branca não cometam mais crimes, ela também tem que lidar com problemas pessoais e com a própria secretaria de segurança, que está ameaçando fechar a DECRADI por completo devido a cortes de orçamento.

 A série, que foi vendida para a Universal em uma rodada de pitching do Rio Content Market em 2014, é fruto de um trabalho de pesquisa extremamente minucioso. E, na verdade, esse trabalho tinha sido feito para outro projeto: a série de documentário "Intolerância.doc", que acabou virando filme também.

"Intolêrancia.doc" é um filme que investiga os crimes de ódio em São Paulo. O filme é um dossiê de diferentes crimes desse tipo - desde brigas de torcidas organizadas de times de futebol, até crimes de homofobia, xenofobia e racismo. Por mais que os crimes variam muito em escopo e intenção, o elemento que agrupava eles, e o que mais chamou a atenção da diretora Susanna Lira, era o fato que eles tinham uma delegacia especifica para serem investigados - a DECRADI, que é onde a protagonista de Rotas do Ódio trabalha.

Para a pesquisa do "Intolerancia.doc", Susanna Lira passou a frequentar bastante a DECRADI. E por mais que o documentário tenha sido bem sucedido em mostrar de maneira bastante eficiente como a DECRADI funciona, a Susanna Lira ficou cheia de ideias praquele material humano tão rico. Tinha muito mais história pra contar que não cabia dentro do "Intolerância". Ela sempre escutava de conhecidos que as histórias e os relatos da DECRADI "davam um filme" - e foi aí ela desenvolveu Rotas do Ódio. Sempre, é claro, "ficcionalizando" com muito cuidado as histórias reais que ela escutou em seu tempo na delegacia.

 O contato dos atores com o universo real de crimes de ódio foi um fator determinante no processo de criação da série. No caso de Renata Peron, uma das atrizes, a construção da sua personagem, uma bartender que trabalha no bar local dos policiais da série, é particularmente interessante.

 Renata, mulher trans e ativista da causa, foi atacada por nove homens em 2017 e perdeu um dos rins por causa da violência. Como a Renata mesmo diz, ela viveu um personagem que já estava inserida, de alguma forma, na sua vida real.

A primeira temporada, de cinco episódios, foi um sucesso. E no mundo das séries isso significa continuidade. A segunda temporada de Rotas do Ódio continua a cruzada de Carolina contra a Falange Branca. O personagem de relevância da segunda temporada é o jovem Dime, que é um ex-integrante da falange branca, que agora está agindo como uma espécie de informante para a DECRADI.

Rotas do Ódio é uma série que mostra, com muita coragem, o dia a dia das pessoas que estão submergidas no mundo dos crimes de ódio. Tanto os infratores, e os que buscam as soluções. A 3ª temporada, já tá rolando. E a Universal já prometeu uma quarta. Então vamos ter bastante Rotas do Ódio por aí.

Até lá, não deixa de conferir as duas primeiras temporadas dessa série - que busca botar nos holofotes os crimes contra os silenciados da sociedade.

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