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Roma segue fazendo sucesso na Netflix e festivais pelo mundo


Cena de Roma
Roma - Divulgação

Antes mesmo de ser lançado para o grande público, o filme Roma, de Alfonso Cuáron, já tinha escrito o seu capitulo na história do cinema. A obra-prima intimista do diretor mexicano estava cotada para ser lançada em Cannes e o filme tinha tudo o que o festival gostava, né?

Um diretor consagrado resgata memórias de sua infância mexicana, filmado em 70 milímetros de película, em preto e branco. Uma superprodução pro circuito cult do mundo inteiro. E aí, de súbito, Cannes barrou Roma por causa de uma cláusula antiga do festival que diz que os filmes de Cannes, obrigatoriamente, tem que ser lançados no circuito de cinema francês.

Roma que foi comprado para distribuição pela gigante do streaming, Netflix, não teve esse luxo - na França, ia direto para a internet.

Rejeitado pelos puristas de Cannes, o filme rodou o mundo em outros festivais: levou o leão de ouro em Veneza, e foi um dos grandes ganhadores do Oscar daquele ano: foi indicado em 10 categorias, e ganhou três.

Mas você, do conforto do seu sofá que não tem nada a ver com isso, deve tá pensando: esse reboliço todo... vale a pena? Bem, Roma é um filmaço. Parece que tudo que o Cuarón aprendeu em seus filmes anteriores aparece um pouco aqui. Só que mais pessoal, e mais bem construído.

O filme conta a história da Cleo, uma empregada doméstica em uma casa na cidade do México, no ano de 1970. Durante o ano, nós acompanhamos os acontecimentos da casa, onde uma série de eventos inesperados revelam a fragilidade e a força das relações humanas que foram construídas ali.

Roma impressiona pelo seu escopo. Quando Cleo vai para o cinema, ou para o hospital, as pessoas parecem sair de todos os cantos da tela. Apesar de ser um filme um tanto quanto melancólico, ele nunca é parado ou devagar.

A referência aqui é clara. Federico Fellini foi o primeiro diretor a construir em cima da rica tradição neorrealista italiana pra criar alguma coisa que era só dele. O seu filme semi autobiográfico ROMA é um ponto de partido tão claro para o Cuarón que até o titulo é o mesmo.

Mas se a Roma italiana de Fellini era espalhafatosa e psicodélica, o bairro de Roma de Cuarón, no centro da cidade do México, apesar de todo o seu barulho, tem um ar mais misterioso e reprimido. Cuarón, dessa vez, além de ser o diretor e roteirista do filme, ele também é o fotógrafo. E, pelo visto, acumular as funções deu certo: Roma ganhou o Oscar de melhor direção e melhor fotografia.

Apesar de ser possível ver Roma no seu celular, nós recomendamos as maiores telas possíveis para esse filme. Só assim dá pra pegar todos os detalhes das verdadeiras pinturas que são as suas imagens.

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