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Documentários de Al Gore são mais atuais e relevantes do que nunca

Canal Like dá a dica de Uma Verdade Inconveniente e Uma Verdade Mais Inconveniente


Al Gore
Al Gore

Pela natureza da disputa eleitoral dos Estados Unidos, as eleições para presidente sempre são bastante acirradas - decididas sempre por resultados estaduais, e geralmente, no último minuto.

A eleição do ano 2000, entre o então vice-presidente de Clinton, Al Gore, e o herdeiro da dinastia politica Bush, George W. Bush, é considerada uma das eleições mais acirradas de todos os tempos. Al Gore tinha ganhado o voto popular por menos de 1% dos votos, mas já que o que conta é o colégio eleitoral dos Estados, Gore perdia a eleição por causa da Flórida.

Até hoje a história é meio mal contada. Lá, o voto é impresso e a contagem é um pouco mais complexa. Demora dias, requer gente de fora, e tem a questão da jurisdição. Gore tinha chegado a ser anunciado o vencedor na noite anterior, quando no dia seguinte, a contagem começou a apontar que Bush teria chances de ganhar no estado. O imbróglio só foi resolvido um mês depois da eleição, quando o supremo tribunal americano simplesmente parou o processo de recontagem dos votos. O baque foi o fim da carreira politica de 24 anos de Al Gore. Mas a derrota foi o que provocou o começo de uma nova carreira que o faria famoso além de seu país.

Depois da eleição dos anos 2000, Al Gore virou uma das maiores vozes defendendo o meio ambiente. Foram inúmeras palestras e dois documentários fenomenais sobre o ecossistema. Documentários que, considerando a atual crise da Amazônia, são mais atuais e relevantes do que nunca. Tudo começou quando a produtora de cinema Laurie David viu Al Gore falar em uma reunião de vereadores dos Estados Unidos. Por acaso, era o mesmo dia em que o filme O Dia Depois de Amanhã estreava nos cinemas americanos.

O Dia Depois de Amanhã conta a história de um fatídico dia onde o mundo inteiro sofre uma série de catástrofes globais, que culmina em uma nova era glacial. Vendo Al Gore falar de maneira tão convincente sobre o que estava acontecendo aqui, no nosso mundo, a produtora percebeu que O Dia Depois de Amanhã talvez não estivesse tão longe assim.

E assim nasceu Uma Verdade Inconveniente - um filme que é um verdadeiro tour de force sobre como nós impactamos, negativamente, o nosso planeta. Ver ele nos dias de hoje, mais de 10 anos depois de seu lançamento, dá uma baita tristeza. Tanto pelas profecias que já foram, de alguma forma ou de outra, cumpridas ou pelo fato que fizemos muito pouco pelo nosso planeta desde então.

O filme é uma adaptação bastante fiel do powerpoint que Al Gore apresentou na reunião de vereadores. Segundo o próprio Gore, na época do filme, ele já tinha feito a apresentação mais de mil vezes.

Mas um powerpoint é diferente do que um filme, né? Demorou para Gore ser convencido que o seu discurso conseguia ser formatado de maneira convincente para a telona. Mas Uma Verdade Inconveniente é um documentário com uma sensibilidade verdadeiramente cinematográfica. Gore disse na época que, para ele, um neófito na produção audiovisual, parecia que eles estavam fazendo Kill Bill Vol.3.

O diretor Davis Guggenheim filmou pelo mundo todo, e o filme tem um hibrido enorme de formatos: desde animação até filmagens em super 8. E, mesmo assim, o que carrega o filme é o discurso de Al Gore - claro, específico, e urgente como nunca. O filme acabou ganhando dois Oscars, e foi um sucesso estrondoso de público e de crítica.

10 anos se passaram desde Uma Verdade Inconveniente. E, bem, hoje, estamos aqui. Apesar dos pesares, Uma Verdade Mais Inconveniente é um filme mais esperançoso, e também mais combativo. Na continuação de Uma Verdade Inconveniente Al Gore vai muito além do powerpoint, e passa grande parte do filme sistematicamente desconstruindo as críticas do primeiro filme, que chamavam Gore de "exagerado" ou "histérico".

Apesar dele celebrar o marco que foi O Acordo de Paris em 2016, ele também alerta para o claro antagonismo de Donald Trump e suas posições - que negam de maneira veemente, o aquecimento global. Mas mais que se lamentar, ele joga a responsabilidade para cima da gente.

Ver esses filmes lado a lado, dá um certo frio na espinha. E se Al Gore tivesse ganho aquela eleição, lá nos anos 2000? Será que as coisas teriam saído um pouco diferentes para o planeta Terra?

Para o bem das próximas gerações, nós esperamos não ter que recomendar um próximo filme do Al Gore, e que as verdade inconvenientes desses dois filmes ajudem a desenvolver cidadãos conscientes e preparados para lidar com o nosso planeta. Até lá, essas verdades inconvenientes, e todas suas consequências, são a responsabilidade de todos nós.

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Uma Verdade Inconveniente
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