Publicado em 14/05/2019 às 18:25:05
Os programas dominicais estão vivendo um contraste. Uma ala tem buscado audiência através do choro – muitas vezes barato e sensacionalista –, enquanto outra parte tem apostado em game-shows e competições.
De um lado estão “Eliana”, “Hora do Faro” e “Domingo Show”. Essas produções entraram no piloto automático e vivem no atraso da década passada e início desta, quando o sensacionalismo dominava a televisão brasileira aos domingos. Um verdadeiro show de horror, tendo como principal cabeça o Gugu – a diferença que o louro fazia com maestria e sem cair na mesmice.
Do outro canto estão “Domingão do Faustão”, “Domingo Legal”, “Programa Silvio Santos” e “Tamanho Família”. O show é o combustível desses quatro programas e, não por acaso, eles conseguem audiência e repercussão, seja na rua ou internet. Essa ala percebeu o movimento da população brasileira.
Em 1929, com a “Grande Depressão”, muitos americanos tiveram como principal entretenimento o cinema. Ao invés de assistirem produções com temas complexos e pesados, os espectadores buscavam entretenimento leve, sem compromisso e que exigisse pouco da mente.
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Com o governo petista, muitas famílias subiram socialmente e mudaram de classe econômica. Diversos programas da televisão, incluindo o “Domingão do Faustão”, apostaram em quadros emocionantes e até sensacionalistas. Claro que tivemos exceções, como o próprio Silvio Santos e o “Pânico na TV”, mas a regra era emocionar.
Veio a crise de 2013. Desemprego, violência, caos na política, inflação voltando a assustar e poder de compra diminuindo. O país entrou num mar de lama e se tornou o segundo mais estressado do mundo, conforme a pesquisa International Stress Management Association (Isma - Brasil).
Com pouco dinheiro para entretenimento, a televisão se tornou o refúgio perfeito para aliviar a tensão e esquecer das preocupações. Programas que buscam emocionar não conseguem manter o mesmo impacto do passado e, quando sobrevivem, é mais por incompetência do concorrente do que propriamente mérito de quem produz.
O “Domingo Legal”, com Celso Portiolli, enxergou esse movimento e tem apostado nos games. O “Xaveco”, um quadro ruim, é verdade, desperta leveza para a televisão aos domingos. Seu concorrente, Geraldo Luís, insiste com o sensacionalismo sem qualquer função social e amarga baixa audiência desde o final do ano passado.
“Eliana” e “Hora do Faro” têm o mesmo estilo de programa. É preciso ressaltar que as duas atrações variam os quadros, mas dão maiores destaques ao choro, emoção e sensacionalismo. A repercussão é zero e dificilmente se encontra uma pessoa disposta a conversar sobre o que é oferecido pelas produções.
O “Domingão do Faustão” e o “Programa Silvio Santos” são os maiores exemplos de como se manterem em destaques na televisão brasileira. Fausto Silva e sua equipe deixaram um pouco de lado quadros como “Arquivo Confidencial” e estão apostando em competições e games.
Silvio Santos nunca fugiu disso, mas viu sua relevância crescer nos últimos seis anos e a vice-liderança nunca mais foi ameaçada, chegando a liderar por alguns minutos contra o “Fantástico”.
O mundo da televisão é dinâmico e muda conforme o momento econômico e social de um país. Alguns programas entenderam que o entretenimento leve é o caminho. Outros insistem no sensacionalismo e vão se manter sem repercussão e sofrendo para dar audiência. O momento é de pão e circo.
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