Visão Panorâmica

"Aqui na Band" precisa de ajustes, mas é um dos melhores programas da TV

O novo matutino tem buscado relevância, porém, sem apelação


Luis Ernesto Lacombe e Silvia Poppovic no "Aqui na Band"
"Aqui na Band" é apresentado por Silvia Poppovic e Luis Ernesto Lacombe - Foto: Divulgação/Band

Já passaram duas semanas da estreia do “Aqui na Band” e é possível fazer uma análise mais aprofundada sobre o novo matutino da televisão brasileira. Liderada por Silvia Poppovic e Luís Ernesto Lacombe, a atração é uma das melhores opções da faixa.

Mas nem por isso, é perfeito. O diretor Vildomar Batista e equipe ainda precisam ajustar alguns pontos.

O “Aqui na Band” tem a infelicidade de enfrentar o melhor programa das manhãs, o “Mais Você”, que tem público fiel e “apenas” o carisma de Ana Maria Braga. Um ponto negativo é a falta de dinâmica entre os assuntos. Há muito espaço dedicado ao jornalismo, culinária e bem-estar, porém, o game-show, notícias do universo das celebridades e quadros, como da Veruska Boechat, estão quase inexistentes.

O que também pega é a dificuldade de Lacombe e Silvia em dividir a apresentação do programa. A sensação que transmitem é de que ela é a única dona da atração. Não por acaso vive o interrompendo durante as conversas com os convidados.

A própria Poppovic já contou em entrevistas que sua maior dificuldade é compartilhar o comando da produção, pois ela costumava ser a única protagonista dos seus projetos na televisão.

Mas equívocos ditos, vamos aos pontos positivos, que transformaram o programa num dos melhores da TV. O primeiro é em relação aos convidados e as pautas utilizadas para que eles possam discutir com os apresentadores e o especialista em saúde.

A Band não tem um casting vasto como as concorrentes, entretanto, o “Aqui na Band” tem buscado levar nomes fortes da emissora, como Roberto Justus e José Luiz Datena. A atração também levou Joelma, ex-vocalista da banda Calypso, a jornalista Izabella Camargo, a atriz Antonia Fontenelle, o pai de Neymar no meio da polêmica do estupro e a cantora Jojo Todynho.

O mais legal é como a conversa é levada de forma construtiva, sem gritaria e que traz uma visão de especialistas, apresentando dados científicos, oferecendo aos telespectadores uma oportunidade de tirar suas próprias conclusões, apesar dos convidados apresentarem suas experiências pessoais.

\"Aqui na Band\" precisa de ajustes, mas é um dos melhores programas da TV

O momento de jornalismo é outro ponto alto. Não é possível afirmar se a produção se inspirou no “Leitura Dinâmica”, da RedeTV!, mas a ideia de trazer as notícias mais importantes do dia de um jeito ágil e com comentários curtos dos apresentadoras é uma sacada inteligente.

O fato mais interessante é levar as reportagens no início do programa. Olhando para as concorrentes, ela segue o mesmo padrão que o “Mais Você” e busca a migração do “Bom Dia Brasil”. O “Aqui na Band” também tenta puxar o público do “Fala Brasil”.

A culinária é natural nesse tipo de formato, porém, o espaço poderia ser diminuído e a chef de cozinha necessita melhorar sua dicção. Pesa ao seu favor o carisma e a facilidade em se relacionar com os convidados.

O “Aqui na Band” precisa se consolidar na audiência para continuar no ar. Contudo, analisando esse início, tem um enorme potencial. Não à toa vem repercutindo na imprensa mais que o “Hoje em Dia”, por exemplo, pois não basta ter apresentadores de peso. Sem boas pautas, não existe repercussão. O novo matutino da Band soube encontrar o tom sem apelação.

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