Estrela do Brasil na Copa, Richarlison briga na Justiça com filho de Bolsonaro
Empresa do jogador adquiriu mansão em 2020, mas amigo de Flávio Bolsonaro usa documentos de antigo dono do local para tomar posse
Publicado em 24/11/2022 às 20:01,
atualizado em 24/11/2022 às 20:01
Dono dos dois gols da estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar nesta quinta-feira (24), Richarlison briga na Justiça com um aliado do senador Flávio Bolsonaro (PL) por conta de uma mansão avaliada em R$ 10 milhões. O imóvel fica na região de Ilha Comprida, no Rio de Janeiro, e foi adquirida pelo centroavante, mas um amigo do político entrou com uma liminar para tomar posse do local.
As informações sobre o processo foram publicadas pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópole.
De acordo com os documentos disponíveis no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a empresa de Richarlison, Sport70, adquiriu o espaço em 2020. Mas, em julho do mesmo ano, Flávio ficou interessado pelo imóvel ao visitá-lo junto com a esposa, Fernanda Bolsonaro.
Na época, o político acompanhava as obras no aeroporto da região e, a convite do senador Wilder Morais (PL-GO), foi conhecer o local. Quem o recebeu no imóvel foi Antônio Marcos, antigo dono da mansão e que a vendeu para o jogador Richarlison.
Confusão envolve até empresário de Richarlison
Sócios na empresa Sport70, Richarlison e seu empresário, Renato Velasco, começaram a fazer obras e melhoras no imóvel após adquirir o espaço. Tanto o jogador como seu representante sempre visitam a mansão quando estavam no Brasil, e Velesco deixou sua mulher, que estava grávida, morando ali até o nascimento do bebê.
Porém, em maio deste ano, a moça foi supreendida por policiais e um oficial de Justiça que tentaram tirá-la da propriedade por conta de uma reitegração de posse. De acordo com a ordem, a empresa M Locadora, que era uma ex-dona do imóvel em meados dos anos 1980 e o repassou em 2022, reivindicava o local.
Por sorte, a equipe jurídica de Richarlison entrou em ação e conseguiu reverter a decisão dois dias depois do ocorrido. Porém, Willer Tomaz, que é amigo de Flávio Bolsonaro, pediu a suspensão da ordem e ganhou novamente a posse do imóvel.
O que alega o amigo de Flávio Bolsonaro na Justiça?
Nas petições de reintegração de posse, Willier Tomaz alega que sua empresa, a WT Administração, pagou R$ 2 milhões em pendências fiscais da M Locadora, em troca do imóvel de Ilha Comprida. Já como forma de comprovar a transação, os pagamentos aconteceram por meio de um contrato.
Por meio desses documentos, a empresa de Tomaz regulou o cadastro da mansão na Secretaria do Patrimônio da União e conseguiu emitir a Certidão de Autorização para Transferência.
De acordo com Guilherme Amado, a última decisão do processo é de 5 de agosto. Nela, o desembargador Adriano Guimarães passou o imóvel para o advogado Tomaz. Por fim, todas as partes precisam esperar a 8ª Câmara Cível do TJ do Rio para decidir o mérito. Enquanto isso, o local está sendo vigiado por seguranças particulares.