Atuação da Semana: Bruna Mascarenhas emociona como Rita em Sintonia
Atriz cresceu muito da primeira para a segunda temporada da série
Publicado em 07/11/2021 às 13:01
Quando a segunda temporada de Sintonia estreou na semana passada, com os oito episódios liberados para o público, muita gente tinha interesse na história de Rita. Interpretada por Bruna Mascarenhas, a personagem havia tido uma trajetória bastante diferente de seus outros dois parceiros de protagonismo e tudo levava a crer que poderia haver desenvolvimento na narrativa da adolescente rebelde que virou evangélica.
Dito e feito, ao longo da nova leva de episódios, a personagem se mostrou muito mais madura e decidida acerca do que quer e da mudança de postura. Tudo isso com a credibilidade de uma atriz que deu a envergadura que o papel exigia, passando credibilidade para a mudança de vida de Rita. A cada sequência difícil, Bruna soube dosar a emoção e fugiu do estereótipo ao criar uma mulher evangélica no Brasil.
Aqui vale um adendo importante, já que a própria narrativa da Netflix permitiu que a atriz ocupasse o espaço do naturalismo. Isso porque, os roteiristas fugiram das armadilhas que a dramaturgia brasileira costuma impor ao exibir evangélicos de uma única forma. Rita era uma personagem real: da favela, apaixonada por funk, cheia de desejos e amiga do chefe do tráfico, mas evangélica.
E para dar credibilidade a isso tudo era necessária uma composição que fugisse da caricatura e emprestasse motivações e sensações no ponto correto para emocionar quem assistia. Mascarenhas conseguiu com louvor porque transformou sua Rita numa espécie de 'pessoa real'. Ela é a exata personificação de quem vive no submundo e ignorada pelo estado. Além disso, sua trajetória romântica com final triste também ganhou alguns pontos porque deu à ela ainda mais credibilidade e provas de que se tornou outra pessoa.
A Rita criada por Bruna Mascarenhas não é unidimensional como boa parte dos evangélicos ou mesmo dos personagens da TV brasileira e a atriz tem muitos pontos por isso. A ida rápida da alegria para tristeza, da euforia para a seriedade, mas principalmente, as decisões sempre afetadas por muita conversa, poderia torná-la simples, mas não. A atriz dosou a expressão facial e explorou muito o tom de voz para conquistar a audiência.
Menos conhecida que seus outros colegas, Jottapê e Christian Malheiros, Bruna entregou a Rita com mais desenvolvimento na temporada. A personagem certamente era a mais difícil de se interpretar entre o trio de protagonistas por conta de suas camadas contraditórias, mas ela colocou tudo num caldeirão com a temperatura certeira. E que o próximo ano traga ainda mais desenvolvimento.
