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Atuação da Semana: João Pedro Zappa brilha como 'orelha' em Nos Tempos do Imperador

Ator vem se dando bem como Nélio


João Pedro Zappa como Nélio de Nos Tempos do Imperador
Na novela Nos Tempos do Imperador, João Pedro Zappa é Nélio - Foto: Reprodução/Globoplay

Quando Nos Tempos do Imperador estreou, todos os olhos ficaram voltados exclusivamente para os protagonistas, também pudera, trata-se da primeira novela totalmente inédita da Globo em muito tempo por causa da pandemia. Mas, passado o tempo necessário para o telespectador se acostumar, é preciso observar um personagem que é quase 'orelha' de Tonico (Alexandre Nero) o tempo todo, mas que, mesmo sem espaço, já roubava a cena: trata-se de João Pedro Zappa, brilhando no papel de Nélio.

Como se sabe, o termo orelha numa novela é designado para um personagem que aparece constantemente em cena, mas sempre para ouvir ou aconselhar um protagonista e é um recurso muito comum nas telenovelas. Um exemplo clássico desse papel é a Tadinha (Rosane Gofman), em Por Amor, cuja função única era conversar com Helena (Regina Duarte). Para exemplificar com outra trama no ar, em Império, coube o papel a Silviano (Othon Bastos), orelha de Maria Marta (Lília Cabral) e Josué (Roberto Birindelli) desempenha a função para o comendador.

Em Nos Tempos do Imperador, Tonico é um vilão pérfido e cheio de artimanhas, mas sempre com bom humor e parte dessas sequências só funcionam com harmonia porque ele tem uma espécie de Sancho Pança que está presente em todos os momentos, Nélio. Zappa surgiu em cena desde o primeiro momento em que o vilão apareceu e quase sempre funcionando como alívio cômico. Diante de tantas enrascadas vividas pelo personagem, ele construiu cenas com uma personalidade tímida, quase uma sombra. Quem o vê ao lado de Tonico tem a sensação que ele quer ser o menos notado possível, de preferência, como se fosse um adereço do cenário.

A estratégia funcionou muito bem nos primeiros capítulos e o ator cumpriu a função exata para o qual seu personagem nasceu: permitir que o colega brilhasse em todas as cenas. Oferecer essa 'escada' para um colega cujo papel é maior não é tarefa das mais fáceis e não apenas por todo o ego envolvido neste tipo de trabalho. A função básica da dramaturgia é emocionar, portanto, descer o tom para que outro suba é uma dosagem difícil, principalmente porque pode ser encarada como falta de brilho do ator.

Mas não com Zappa, mesmo em momentos em que seu Nélio parecia não ter envergadura para ser mais do que um figurante, ele o fez com competência porque sabia qual era sua função em cena: oferecer o palco a Alexandre Nero. E se Nero vem fazendo misérias em mais um personagem importante de sua carreira, o colega de cena não fica atrás e nem deixa a peteca cair.

Agora, com a mudança de fase, Nélio passa a ganhar novas funções na trama e ser um personagem mais independente, inclusive engatando um flerte com Dolores (Daphne Bozaski), esposa de seu amigo e mentor, o que certamente irá gerar consequências importantes dramatúrgicas. E, neste caso, com o crescimento do papel, Zappa vem mostrando que pode ser muito mais do que uma mera orelha para outro. A construção narrativa permitiu que ele explorasse, agora, elementos que o público já tinha recebido pistas, mas que não conhecia com profundidade de Nélio.

Como orelha, Zappa merece destaque por uma atuação competente e que soube exatamente seu lugar em cena, agora, como personagem com vida própria, ele também vem dando sinais de que irá brilhar. Mais um pra longa lista de um belo elenco de Nos Tempos do Imperador.

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