Sexualmente liberada, Catarina e os bastidores do poder na Rússia
Publicado em 20/05/2020 às 13:19
Os bastidores do poder na Rússia sob o comando de Catarina é o tema da minissérie Catherine The Great e é a dica de hoje do Canal Like (530 da Claro e no YouTube @canallikeoficial), em que a Csarina é encarnada por Helen Mirren.
Os quatro episódios se concentram nos anos de glória de Catarina. À frente de seu tempo, ela abriu um instituto voltado pra educação das mulheres. Culta, inteligente, Catarina foi amiga de escritores como Voltaire, Diderot e recebeu influência desses grandes livres-pensadores do iluminismo. Pra se ter uma ideia da visão de Catarina, o Museu Hermitage, em São Petersburgo, nasceu a partir de sua coleção de arte.
Sexualmente liberada, ela teve vários amantes e escandalizou as cortes europeias. Um desses amantes foi Grigory Orlov, interpretado por Richard Roxburgh. Orlov a ajudou no golpe que tirou seu marido do poder. E Pedro Terceiro acabou sendo assassinado pelo irmão de Grigory, Alexei Orlov, personagem de Kevin McNally. Mas o trono fez com que Catarina vivesse cercada por ameaças, sem ter ninguém em quem pudesse confiar realmente.
Seu filho, por exemplo, o príncipe Paulo vivido por Joseph Quinn, sabe que a mãe arrancou a coroa de seu pai e não se cansa de tramar a derrocada de Catarina. Em uma de suas cartas, a imperatriz escreveu o seguinte: "Não há nada mais desagradável do que a grandeza. Quando entro em um salão, devem pensar que tenho a cabeça de Medusa: todo mundo fica petrificado, ninguém se mexe". Mas ela também disse que sabia que havia pessoas inescrupulosas na Rússia. E que, felizmente, era uma delas.
Grigory Potemkin é interpretado por Jason Clarke. Os dois tiveram uma relação intensa, mas aberta. Ela incluía amizade, cumplicidade e atravessou escândalos, intrigas, os mais variados conflitos. Foram justamente as correspondências entre Catarina e Potemkin que serviram como uma valiosa fonte de pesquisa pra Jason Clarke e Helen Mirren.
O curioso é que Catarina não era russa e nem se chamava Catarina e, sim, Sophie. Ela tinha origem prussiana. Já Helen Mirren, embora britânica, tem ascendência russa por parte de pai. Mirren vem de Mironov.
A veterana dos palcos e das telas já tem experiência em interpretar personalidades da realeza. Helen ganhou o Oscar de Melhor Atriz por sua performance como Elizabeth Segunda em A Rainha, de Stephen Frears.
Mirren, que também assina a produção executiva de Catherine the Great, foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em série Limitada ou Filme para TV. A direção da minissérie coube a Philip Martin, que também tem experiência com a realeza, já que é diretor da série The Crown. E o roteiro de Catherine the Great foi escrito por Nigel Williams, que também é autor da minissérie britânica Elizabeth Primeira, estrelada por Helen Mirren.
Depois de Catarina, nenhuma mulher voltaria a governar a Rússia, nem na época dos tzares, no período bolchevique ou na era pós-soviética. Por isso, Catherine the Great é uma produção tão surpreendente. Sua história real é recheada de episódios que têm uma grande ressonância contemporânea ao mostrar uma mulher realmente empoderada num mundo dominado pelas conspirações masculinas. Curtiu a dica do Canal Like (530 da Claro)? Então assista Catherine The Great no Now ou na HBO Play.