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Até que a Sorte nos Separe, uma franquia que não para de render dinheiro


Até que a Sorte nos Separe
Até que a Sorte nos Separe projetou o nome de Leandro Hassum para o Brasil

Você conhece a história do Rei Midas? Aquele que transformava em ouro tudo o que tocava? Se a gente fosse eleger um Midas do cinema brasileiro, provavelmente, Roberto Santucci seria um forte candidato. Depois do enorme sucesso do De Pernas pro Ar, ele repetiu a dose e encheu os cinemas de gente querendo ver a comédia Até que a Sorte nos Separe.

Acabou inaugurando uma nova franquia, inspirada no best seller Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, de Gustavo Cerbas. Os longas Até que a Sorte nos Separe 1, 2 e 3 bateram recordes de bilheteria, deixando para trás muitos blockbusters estrangeiros.

Na trama do primeiro filme, nós conhecemos o casal Tino, papel de Leandro Hassum e Jane, interpretada pela Danielle Winits. Ele é um personal trainer acima do peso que vive com a esposa e os filhos numa mansão luxuosa depois que ele ganhou cem milhões na loteria.

O problema é que Tino e Jane são experts em gastar, mas poupar não é o ponto forte deles. E aí, depois de 15 anos de gastos desenfreados, Tino se vê sem um tostão no bolso. Mas tem uma pessoa que aceita dar uma ajuda - o vizinho. O nome dele é Amauri, um consultor de finanças burocrático, autor do livro Cinco Regras da Riqueza.

Tino, claro, tem uma ideia brilhante para arrecadar dinheiro. Ele pede para o amigo Vander invadir a sua casa e roubas as joias de Jane no cofre do quarto. A mulher não pode saber que eles estão quebrados, porque ela está grávida do terceiro filho e seria emoção demais para uma gestante. Tino se mete em várias confusões e conta com a ajuda do amigo Adelson para fingir que nada mudou.

O filme projetou o nome do Leandro Hassum no Brasil e o diretor Roberto Santucci mudou até a sua maneira de filmar por causa dele. Santucci queria extrair o máximo possível de um dos principais talentos de Hassum: o improviso. Para isso ele trabalhou com três câmeras ao mesmo tempo e deu liberdade para o ator inventar piadas na hora.

No segundo filme houve uma mudança no elenco principal, com a atriz Camila Morgado assumindo o papel de Jane. Isso porque, na época, Danielle Winits estava gravando a novela Amor à Vida, exibida na faixa das 21h da Globo.

A história se passa três anos depois do longa original e, óbvio, Tino e Jane estão de novo na maior pindaíba. Grana zero, deu tudo errado outra vez. Até que o tio Olavinho morreu e deixou uma herança de cem milhões para o casal. Agora preste atenção no detalhe: a grana precisa ser dividida entre Jane e a mãe Estela, interpretada pela veterana Arlete Salles. E o último desejo do tio Olavinho foi ter as cinzas jogadas no Grand Canyon, nos Estados Unidos.

Grand Canyon aqui, Las Vegas ali... E Tino aproveita a oportunidade para levar a esposa e os filhos para conhecer a cidade dos cassinos. Ele se empolga com a jogatina e perde o dinheiro que a Jane ganhou na mesa de pôquer. Para piorar a situação, Tino ainda fica devendo dez milhões de dólares a um capanga da máfia mexicana, que faz questão de receber cada centavo.

Até que a Sorte nos Separe 2 conta com a participação especial de Jerry Lewis, uma lenda da comédia. Ele ficou famosíssimo nos anos 1950 numa parceria com o cantor Dean Martin. Lewis seguiu carreira solo na década de 1960, protagonizando sucessos como os longas “O Mensageiro Trapalhão” e “O Professor Aloprado”. Ou seja, ter a presença dele fazendo uma pontinha, além da homenagem, é um luxo e tanto para o nosso cinema.

O terceiro e último filme da franquia é uma paródia da crise econômica brasileira. Os ventos mudaram e a família de Tino também paga o preço das suas escolhas ruins. Pela primeira vez na franquia, Tino trabalha... Quer dizer, se vira como pode vendendo biscoito nas ruas do Rio de Janeiro. Até que num belo dia de sorte, ou de azar, ele é atropelado pelo filho do empresário mais rico do país.

A gente avisa logo que qualquer semelhança não é mera coincidência e o filme é cheio de referências aos acontecimentos políticos, econômicos e sociais da época. Mas o resultado disso para a estória é que o Tino fica meses em coma. Quando acorda, ele descobre que o jovem atropelador está apaixonado pela sua filha e os dois pombinhos pretendem se casar. Tino, então, precisa levantar uma graninha para pagar a festa. A solução é simples, pelo menos na teoria, porque o empresário ricaço contrata Tino para trabalhar na empresa dele. E adivinha quem vai pagar o preço pela incompetência desse cidadão no exercício da função? Você mesmo, querido contribuinte. O Tino leva a empresa à falência e mergulha o país numa grande crise econômica.

O personagem de Rique Barelli e a empresa KHX é uma sátira com o homem mais rico do Brasil naquele momento. Também sobram referências à política nacional, as pedaladas fiscais e os escândalos de corrupção nas grandes empresas. O lançamento coincidiu com a recessão econômica e o roteirista Paulo Cursino não perdeu a piada. Ele disse que a equipe brincou de Nostradamus e esperava que as pessoas tivessem dinheiro para pagar o ingresso do cinema.

Dinheiro que vem fácil, vai embora fácil também. Com certeza você não vai aprender com o Tino as melhores dicas de investimento, mas pode se divertir bastante e pagando pouco, com o sortudo mais azarado do Brasil.

FILME: Até que a Sorte nos Separe 1, 2 e 3
DIREÇÃO: Roberto Santucci
ONDE ASSISTIR: Net Now

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