Publicado em 08/06/2021 às 05:15:00,
atualizado em 08/06/2021 às 10:24:45
A Prime Vídeo, plataforma de streaming da Amazon, estreou a primeira série original brasileira na semana passada e liberou todos os episódios da temporada de estreia. DOM, baseada em fatos reais e que tem Gabriel Leone como protagonista dando título à série, a produção vai muito além de tudo o que se viu até o momento na TV fechada ou no streaming brasileiro e apresentou um surpreendente padrão Globo de qualidade.
Quando se fala de dramaturgia no Brasil é impossível não se pensar em Globo, já que a emissora carioca criou um modelo de qualidade que faz inveja em praticamente todos os países do mundo, além de não ter nenhum paralelo com produções de outros canais nacionais. Mesmo a Netflix ainda engatinha no país quando o assunto é acabamento e cuidado estético com suas obras. Nisso, a Globo sempre foi soberana.
Talvez não seja mais, ao menos a se tirar pela estreia de DOM e que, um indivíduo que assista sem saber de qual a empresa responsável, certamente concluiria se tratar de um projeto filmado nos Estúdios Globo, tamanho o cuidado com cada detalhe. Seja no filtro utilizado para a fotografia, seja na cenografia - pela primeira vez fora da rede carioca não parece um cenário apenas - ou até no figurino, tudo parece milimetricamente pensado na série.
Criada por Breno Silveira, que também dirige os episódios ao lado de Vicente Kubrusly e escreve os roteiros com Fábio Mendes, Higia Ikeda, Carolina Neves e Marcelo Vindicatto, a série é produzida pela Conspiração e é mergulhada de qualidades, inclusive na opção pela câmera naturalista, que não se sobrepõe ao avanço da narrativa, como tem virado moda nos últimos tempos.
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O elenco de DOM também é uma grata surpresa e não apenas pelo melhor trabalho da carreira de Gabriel Leone, que está firme e criou um personagem cheio de camadas, mas por outros nomes como Raquel Villar, Isabella Santoni, Filipe Bragança e até Flávio Tolezani, que aparece com uma composição diferente de tudo que já fez ao dar vida ao pai do protagonista. Um destaque que tem passado incólume, mas deveria ser citado é Guilherme Garcia, responsável por interpretar Pedro Dom na adolescência. O menino foi muito bem em cenas fortes e que exigia cuidados redobrados.
Se todo o acabamento transformou DOM numa superprodução que lembrava a obra da Globo, o roteiro também teve sintonia fina com o projeto e fugiu de todos os atalhos que a dramaturgia brasileira costuma oferecer ao entregar tudo muito mastigado para o telespectador. Além disso, a série pegou tudo o que há de melhor nas novelas - nosso principal produto - mas fugiu de manter o estilo folhetinesco, permitindo ter vida própria com uma linguagem que é claramente seriada.
A linha do tempo, que acontece em três fases distintas, não atrapalha em nada a compreensão da história e sequer precisa de truques, como fotografia diferente ou mesmo a constante legenda - ainda que ela apareça em alguns momentos - porque fica rapidamente claro para o público qual o período e a fatia da história está sendo contada.
DOM acompanha a trajetória de Pedro Dom, o bandido gato, que infernizou a vida dos cariocas no início dos anos 2000. Baseada em fatos reais, a série avança para a ficção em momentos importantes e cola na borda do documentário quando se faz necessário. Por isso, mantém o charme da história real, mas tem vida própria e pulsa. Vale cada minuto dos oito episódios.
Confira o trailer de DOM:
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