Publicado em 06/07/2021 às 06:40:41,
atualizado em 12/07/2021 às 09:15:31
Em entrevista ao Fantástico no 27 de junho para falar sobre a estreia do seu documentário, Você Nunca Esteve Sozinha – O Doc de Juliette, lançado pelo Globoplay na terça-feira passada (29), a vencedora do BBB21, Juliette Freire, comentou sobre o que acredita ser os "ingredientes" do próprio sucesso.
"Olha, eu acho que tudo isso aconteceu por uma série de fatores. Mas eu tenho certeza que ajudou o fato de eu ser um meme ambulante. Mas, também, as pessoas se identificaram com minha vulnerabilidade. Minhas bases são muito reais, foi o que vivi e aprendi", disse a ex-sister à jornalista Giuliana Girardi.
Na mosca. Com a resposta, Juliette demostra compreender as razões que a levaram de uma "simples mortal", em janeiro passado, antes da estreia do BBB21, a transformar-se em fenômeno de popularidade, engajamento, e numa das "marcas pessoais" mais cobiçadas pelo mercado publicitário na atualidade.
Sim, não existe uma "resposta única", mas um conjunto de elementos. E o primeiro deles, considerando os fundamentos do marketing e do branding, tem a ver com a escolha por uma narrativa coerente e envolvente. Dentro do BBB, Juliette soube contar a sua história e colocar-se como protagonista do próprio enredo.
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Uma história, diga-se de passagem, bem contada e que o público brasileiro adora: da pessoa humilde, que veio de baixo, nasceu numa família pobre, teve uma infância difícil, mas que conseguiu superar as adversidades, se formar e "vencer na vida". Juliette posicionou-se, naturalmente, como uma pessoa sofredora, mas, ao mesmo tempo, corajosa. Quem não se identifica com essa narrativa?
O fato de não ter sido bem aceita, virando alvo de críticas, sendo até mesmo perseguida pelos colegas de confinamento logo nas primeiras semanas do reality, também foi crucial, além de um catalisador para a advogada e maquiadora ter caído nas graças do público. As pessoas, no geral, se identificam com quem sofre injustiças. Eis aí o segundo fator que explica o "fenômeno Juliette".
No BBB21, a ex-sister também agiu como uma heroína de novela: como uma pessoa incompreendida, solitária no combate a falsidades e injustiças, mas que pautava-se pelas "razões certas", sempre disposta a perdoar e a acolher, exatamente como se espera de uma heroína. Tudo misturado a choros, risos, frases de efeito, bom humor e muita espontaneidade.
Sim, Juliette é um "meme ambulante". E essa habilidade em transformar-se numa caricatura e paródia de si, sempre com naturalidade, é preponderante para quem almeja fazer sucesso nessa terceira década do século 21.
Falando em protagonismo, outro aspecto importante é que, durante o reality, e, paralelamente, em suas mídias sociais, Juliette sempre se colocou como o tema central da conversa. Nas redes dela, não havia menção a outros participantes, exatamente para realçar as qualidades que a ex-BBB exibia no decorrer do programa.
Sobre a fama, a identificação do público e os motivos pelos quais as pessoas vão gostar do documentário do Globoplay, Juliette falou na entrevista que concedeu ao Fantástico: "O público vai conhecer a minha vida, de onde eu vim, porque eu sou assim e o que eu quero fazer. (...) Eu caio, eu tropeço, mas eu acho que, mais do que isso, as pessoas se identificaram com alguma vulnerabilidade minha ou qualidade". Não foi apenas com as virtudes e as fragilidades, mas com o "conjunto da obra" apresentado durante o Big Brother Brasil 21.
Outro "ingrediente" de peso para o sucesso de Juliette tem a ver com o fato de a ex-BBB, durante a passagem pelo reality, ter contado com ótimos administradores de perfis para as suas mídias sociais. Ter o suporte de profissionais de marketing e comunicação eficientes faz toda a diferença. O trabalho dos "adms" da ex-sister ajudou a integrar uma comunidade ligada aos seus valores, recrutando genuínos "embaixadores de marca". A vencedora do BBB21 não conquistou apenas milhões seguidores (são exatos 31,2 enquanto escrevo este artigo), mas agregou em torno de si um verdadeiro exército formado, em sua maioria, por pessoas fiéis. Um trabalho de gestão estratégica de canais e de marca pessoal muitíssimo bem desenvolvido. Passados dois meses desde a final do Big Brother Brasil 21, em 4 de maio, o desafio colocado a Juliette será continuar mantendo-se espontânea, bem humorada e relevante, administrando, dessa vez em canais próprios, sem a super exposição diária na TV, os atributos pelos quais o público passou a amá-la. É um baita esforço, visto que gerenciar uma imagem demora, mas arruiná-la é praticamente uma questão de segundos, como bem mostrou a também ex-sister Karol Conká. À vencedora do BBB21, sugiro que saiba escolher assertivamente os projetos que irá compor daqui para frente, ao quê, e, sobretudo, a quem vai associar a sua valiosa marca. São decisões importantes, já que chegar ao topo é dificílimo, e, manter-se nele, ainda mais. Sucesso! *Higor Gonçalves é jornalista, professor e especialista em gestão estratégica de imagem de pessoas. Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web