Coluna Especial

Dudu Camargo é um fenômeno da comunicação, mas ainda não sabe

Coluna Especial do NaTelinha deste domingo (19) é assinado por Homero Salles, executivo de TV e ex-diretor de Silvio Santos e Gugu Liberato


Montagem com Dudu Camargo na A Fazenda
Dudu Camargo durante sua participação em A Fazenda - Foto: Montagem/NaTelinha

No dia 10 de outubro de 2016, um garoto inexperiente de 18 anos ganha a oportunidade de ser âncora de um telejornal matutino da segunda maior emissora do Brasil (à época), sem ser jornalista. Pode isso, Arnaldo? Para Silvio Santos, podia. E assim surgiu, nacionalmente, o nome Dudu Camargo

As reações e polêmicas não tardaram a vir - mas zero surpresa para mim que, desde sua primeira participação como o “Homem do Saco” no Fofocando (que era o nome original do atual Fofocalizando), já percebi que estávamos diante de um novo fenômeno — sim, fenômeno - e explico:

Desde Luiz Bacci, em 1997, não havia surgido um novo talento com as mesmas características de versatilidade, improviso, mise en scène, enfim, todas as qualidades que se busca — e se admira — em apresentadores ou animadores.

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E é aí que a porca torce o rabo: eu falei apresentadores ou animadores, porém Dudu foi alçado por Silvio ao posto de “jornalista”. Por quê? Difícil saber. Talvez Silvio tenha tentado poupá-lo de disputar espaço com Gugu ou Portiolli. Nunca saberemos.

O fato é que Dudu deu conta do recado e, com críticas ou não, segurou a tarefa que lhe foi confiada, mantendo seus contratos na emissora até 2023.

Seguiu-se um período de poucos trabalhos, talvez provocado por sua saída conturbada, cercada de controversas versões - como tudo em sua carreira. Hoje, em outubro de 2025, ele brilha novamente em um programa que está repercutindo fortemente na mídia: A Fazenda, da Record.

E por que digo “brilhando”? Simples: Dudu é extremamente carismático - essa palavrinha que quase ninguém usa corretamente, como se carisma fosse algo corriqueiro e comum a todos os mortais. Não é.

Dudu Camargo pode aposta para 2026

Pouquíssimas pessoas conseguem transmitir isso pelas lentes e atingir o público. Ele consegue. Assistir ao Dudu pela Record Plus, articulando, conspirando e liderando no reality é uma delícia - e só confirma o que já disse várias vezes em podcasts, entrevistas etc: Dudu precisa voltar à TV - mas atenção: no entretenimento, e não no jornalismo.

Dudu nunca teve um mentor no entretenimento, nunca teve alguém ao seu lado para orientá-lo e, principalmente, para contê-lo em seus arroubos e deslizes. 
Dudu, bem dirigido, está no mesmo nível dos grandes apresentadores de auditório. 

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"E ouso, com a experiência de quem dirigiu nomes como Silvio Santos, Gugu Liberato e J. Silvestre, afirmar: Dudu Camargo pode ser o nome do entretenimento em 2026. Basta que uma emissora acredite que ele ainda não mostrou nem um décimo de seu potencial. Hoje está muito mais maduro - e, se tiver um programa dominical à sua altura, vai estourar".

Homero Salles

O domingo em 2026 será para gente grande. Vivi intensamente o domingo por mais de quatro décadas, na guerrilha com a Globo, ao lado do meu melhor amigo e grande apresentador, Gugu Liberato (como faz falta na TV...).

Fica a dica para emissoras como a Record, que hoje tem em Tom Cavalcante e seu ótimo Acerte ou Caia a única boa audiência do dia. E também para o SBT, que atualmente registra excelentes números com o Domingo Legal, mas que em breve enfrentará Eliana, somando-se a Luciano Huck - e essa briga vai ser muito feia...
Ou bonita, mas só para os telespectadores.


Homero Salles é consultor de mídia e executivo de TV com passagens pela Record, SBT e Band, conhecido por dirigir Gugu Liberato e Silvio Santos no auge da guerra pela audiência aos domingos entre Globo e SBT.

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