Opinião

Atuação da Semana: Mariana Ximenes faz público odiar Gilda com maestria

Atriz repete dosagem ao fazer mais uma vilã com rara capacidade


Cena de Amor Perfeito com Gilda, interpretada por Mariana Ximenes
Mariana Ximenes está brilhando como Gilda - Foto: Reprodução/Globoplay

Quando Amor Perfeito foi anunciada como novela das 18h e no elenco apareceu o nome de Mariana Ximenes, houve quem se perguntasse se a atriz construiria uma personagem crível. Sem questionar a capacidade artística dela, a artista já enfrentou problemas ao receber papéis em tramas de época. Dessa vez, no entanto, ela acertou em cada passo da composição e se transformou num dos grandes acertos da novela.

Mariana tinha uma dificuldade para enfrentar, seu tom de interpretação. A atriz sempre criou personagens contemporâneas e que nem sempre combinavam com produções de época. A culpa não é exatamente dela, mas de quem a escalava para os papéis, como aconteceu em Joia Rara (2013).

Em Amor Perfeito, porém, notou-se que a atriz é insistente e não se deixaria levar por uma composição problemática e nem se curvaria a uma possível limitação. Mariana aceitou voltar às produções de época e, agora, como vilã - o que seria um desafio duplo. Nestes últimos capítulos, ela mostrou que aprendeu a fugir do estereótipo das personagens contemporâneas e criou um Gilda real.

Mariana Ximenes leva credibilidade nas vilanias de Gilda

É bem verdade que a atual novela das 18h não carrega nas tintas quando o assunto é construção histórica. Isso também entregou liberdade narrativa para que a atriz fizesse uma vilã com cores fortes, quase solar ainda que muito má. A antagonista de Marê (Camila Queiroz) é quem faz a roda da história girar e a cada cena nos últimos capítulos mostrou que ela desamarra os nós chamando para si o protagonismo.

Gilda é convincente para outros personagens e engana todo mundo porque precisa atuar constantemente. Mariana interpreta três personagens distintas na novela: Gilda fingindo ser boa, Gilda sendo má e Gilda verdadeiramente apaixonada. As três, no entanto, são uma coisa só e Ximenes consegue dar credibilidade para mostrar as várias facetas da vilã.

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Se o primeiro desafio da artista era provar que poderia criar uma personagem de época com credibilidade, o segundo era mostrar que não estava presa a sua outra vilã, a icônica Clara de Passione (2010). Gilda não poderia ser mais distante da perversa da produção das 21h em todos os pontos. Enquanto a atual é dissimulada e contida, a outra era radical e histriônica.

Amor Perfeito pode até não entrar para a história da dramaturgia, ela já serviu para muito porque é uma ótima trama. Mas mais do que isso, a produção será lembrada por mostrar que Mariana Ximenes não é apenas uma boa atriz, mas é uma artista completa.

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