Atuação da Semana: Sheron Menezzes prova que merecia mocinha faz tempo
Atriz ganha a primeira protagonista e brilhou na primeira semana
Publicado em 22/01/2023 às 10:45,
atualizado em 22/01/2023 às 15:39
Sheron Menezzes estreou como protagonista de novelas mais de 20 anos depois de estrear na Globo como atriz. O longo hiato, no entanto, acontece num momento importante para a trajetória da atriz. Como Sol, a protagonista de Vai na Fé, ela vem mostrando que estava mais do que pronta para o salto na carreira que, aliás, demorou mais do que deveria e faz pensar o que aconteceu para não ter acontecido antes.
Nos primeiros capítulos da novela, Sol já mostrou-se como uma personagem tipicamente brasileira. Evangélica, mãe e esposa, tem que se virar nos 30 para colocar comida na mesa de uma família pobre, mas cheia de fé. É uma protagonista complexa e que mostra camadas que vão muito além do que se vê.
Ao mesmo tempo em que é cristã, a mocinha criada por Rosane Svartman, tem desejos próprios e ficou balançada com a oportunidade de ser dançarina de um grande astro da música. Isso porque, no passado, Sol sempre quis ser famosa e o bichinho da oportunidade a picou, tanto que os olhinhos brilharam.
Se a personagem é crível, muito disso se dá porque Sheron soube construir uma mocinha humana e, acima de tudo, que tem uma espécie de simbiose com o telespectador. A cada frase de Sol, nos mais diferentes contextos, o olhar é o ponto-chave de interpretação. A mocinha de Vai na Fé é mais do que humana porque humano todo mundo é, ela é muito próxima do público porque Menezzes fez assim.
A atriz percebeu que uma trama em que a protagonista luta, batalha e sempre acredita no melhor é uma máxima que atinge quase todas as famílias brasileiras e que ela só seria comprada se fosse a legítima mulher brasileira. Sheron dosa no olhar os sentimentos de sua protagonista e é impossível ficar indiferente a cada aparição ao longo da primeira semana.
Sheron Menezzes merecia um papel deste porte há tempos e agora que recebeu mostra que pode ser protagonista para sempre das novelas da Globo. Ela tem envergadura para construir uma personagem solar e transformá-la num elemento complexo e que promove reflexão, diversão e, sobretudo, proximidade com quem assiste. Um grande acerto, embora tardio, da Globo.