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Globo devia aproveitar pandemia e fingir que Amor de Mãe nunca existiu

Volta da novela nos faz querer assistir Fina Estampa de novo


Cena de Amor de Mãe com Lurdes
Amor de Mãe não deveria voltar - Foto: Divulgação

As primeiras notícias sobre a volta de Amor de Mãe deveriam fazer o brasileiro refletir se devemos ou não inventar alguma desculpa para continuar a quarentena depois que a pandemia acabar. Talvez fosse o caso de um panelaço exigindo a reprise de Amor à Vida ou quem sabe uma corrente no zap espalhando a notícia de que Manuela Dias não passa de uma infiltrada do regime chinês.

Todo dia sai uma notinha com um spoiler diferente do outro mostrando que Amor de Mãe é um surto coletivo pré-pandemia e deveria ser ignorada após a noite das queimadas, quando todos iremos queimar nossas máscaras nunca ritual comemorativo pela vacina. A recente entrevista da autora para a Época somente mostra que teremos fortes emoções no início de 2021.

A intelectual autora chegou a revelar na famigerada entrevista que está lendo Édipo para compôr a cena de reencontro entre Lurdes (Regina Casé) e o verdadeiro Domênico (Chay Suede). A saga de Lurdes em busca de Domênico deveria ser abreviada com uma solução simples. O filho perdido não precisava ser Chay Suede, mas Eduardo Melo num brilhante trabalho em A Favorita. Bastava Regina Casé gravar um episódio especial do Esquenta com a participação de Catarina, a sôfrega personagem vivida por Lília Cabral, promovendo um encontro ao som de Zeca Pagodinho numa versão mambembe de Onde Estará meu Amor?

Mesmo com uma quantidade menor de capítulos - em torno de 25 - a segunda temporada de Amor de Mãe já nasce mais ou menos como a última de Os 13 Porquês, cheia de situações que não fazem o menor sentido. Vai ter história de amor nascendo no meio de uma internação por coronavírus, mortes, enfermeira na UTI por causa da Covid-19, mais mortes. É tanto sofrimento que a gente até fica com vontade de rever Fina Estampa desde o começo outra vez.

Globo devia aproveitar pandemia e fingir que Amor de Mãe nunca existiu

No universo paralelo criado pela trupe de Silvio de Abreu, a renovação da novela com um número menor de capítulos é um recado de que o folhetim deu errado, mas precisava terminar a história. Mantendo um paralelo com o mundo das séries, podemos de dizer que O Poderoso Chefão da dramaturgia global tratou Amor de Mãe feito a Netflix agiu com Anne With an E.

Se a primeira temporada de Amor de Mãe foi uma das responsáveis a tirar a Terra dos eixos e provocar uma pandemia, a segunda parece ser capaz de fazer os brasileiros implorarem por trocarem de lugar com Betina, personagem da intrépida Ísis Valverde e que, após passar quatro meses sem gravar, só voltou para ficar entubada em uma UTI por se contaminar com o coronavírus numa decisão que nos faz pensar se Grazi Massafera não é colaboradora de Manuela Dias.

Como a Globo ainda não definiu a data de volta para a segunda temporada de Onde Está Domênico, ainda é tempo dos brasileiros de bem deste país conclamarem para que a emissora aproveite a pandemia e finja que esta novela foi apenas um surto coletivo e que, na verdade, ela nunca existiu. Com a volta de Bibi Perigosa, bem que a emissora podia estrear a nova novela de João Emanuel Carneiro e, quem sabe assim, ele também já corrigia o erro de Segundo Sol.

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