Publicado em 13/06/2019 às 05:39:00
Já passaram duas semanas da estreia do “Aqui na Band” e é possível fazer uma análise mais aprofundada sobre o novo matutino da televisão brasileira. Liderada por Silvia Poppovic e Luís Ernesto Lacombe, a atração é uma das melhores opções da faixa.
Mas nem por isso, é perfeito. O diretor Vildomar Batista e equipe ainda precisam ajustar alguns pontos.
O “Aqui na Band” tem a infelicidade de enfrentar o melhor programa das manhãs, o “Mais Você”, que tem público fiel e “apenas” o carisma de Ana Maria Braga. Um ponto negativo é a falta de dinâmica entre os assuntos. Há muito espaço dedicado ao jornalismo, culinária e bem-estar, porém, o game-show, notícias do universo das celebridades e quadros, como da Veruska Boechat, estão quase inexistentes.
O que também pega é a dificuldade de Lacombe e Silvia em dividir a apresentação do programa. A sensação que transmitem é de que ela é a única dona da atração. Não por acaso vive o interrompendo durante as conversas com os convidados.
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A própria Poppovic já contou em entrevistas que sua maior dificuldade é compartilhar o comando da produção, pois ela costumava ser a única protagonista dos seus projetos na televisão.
Mas equívocos ditos, vamos aos pontos positivos, que transformaram o programa num dos melhores da TV. O primeiro é em relação aos convidados e as pautas utilizadas para que eles possam discutir com os apresentadores e o especialista em saúde.
A Band não tem um casting vasto como as concorrentes, entretanto, o “Aqui na Band” tem buscado levar nomes fortes da emissora, como Roberto Justus e José Luiz Datena. A atração também levou Joelma, ex-vocalista da banda Calypso, a jornalista Izabella Camargo, a atriz Antonia Fontenelle, o pai de Neymar no meio da polêmica do estupro e a cantora Jojo Todynho.
O mais legal é como a conversa é levada de forma construtiva, sem gritaria e que traz uma visão de especialistas, apresentando dados científicos, oferecendo aos telespectadores uma oportunidade de tirar suas próprias conclusões, apesar dos convidados apresentarem suas experiências pessoais.
O momento de jornalismo é outro ponto alto. Não é possível afirmar se a produção se inspirou no “Leitura Dinâmica”, da RedeTV!, mas a ideia de trazer as notícias mais importantes do dia de um jeito ágil e com comentários curtos dos apresentadoras é uma sacada inteligente.
O fato mais interessante é levar as reportagens no início do programa. Olhando para as concorrentes, ela segue o mesmo padrão que o “Mais Você” e busca a migração do “Bom Dia Brasil”. O “Aqui na Band” também tenta puxar o público do “Fala Brasil”.
A culinária é natural nesse tipo de formato, porém, o espaço poderia ser diminuído e a chef de cozinha necessita melhorar sua dicção. Pesa ao seu favor o carisma e a facilidade em se relacionar com os convidados.
O “Aqui na Band” precisa se consolidar na audiência para continuar no ar. Contudo, analisando esse início, tem um enorme potencial. Não à toa vem repercutindo na imprensa mais que o “Hoje em Dia”, por exemplo, pois não basta ter apresentadores de peso. Sem boas pautas, não existe repercussão. O novo matutino da Band soube encontrar o tom sem apelação.
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