Publicado em 21/04/2024 às 12:10:00
O Brasil passou muitos anos vítima de uma linguagem estética que mostrava o Nordeste como subalterno do restante do país, principalmente na dramaturgia. Isso vem mudando nos últimos anos e No Rancho Fundo é consequência de um trabalho iniciado há tempos, mas que ajudou a permitir que Andrea Beltrão apresentasse uma mulher sertaneja com tamanha força que é impossível piscar os olhos quando sua Zefa Leonel está em cena.
Desde que a nova novela das seis da Globo estreou, é possível observar que o objetivo da trama não é caricaturar o Nordeste e muito menos endeusar a região. Neste quesito, Mar do Sertão (2022), do mesmo autor Mário Teixeira, era muito mais uma espécie de portfólio da região que a produção atual. Muito disso se deve também pela personagem central que apresenta uma composição pesada de Beltrão.
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Uma mulher sertaneja que mal tem o que comer, mas que não abaixa a cabeça nas adversidades e que não se importa em ajudar quem tem ainda menos que sua família, mas que vê a prosperidade nunca chegar. Esta descrição poderia ser de inúmeras personagens ao longo da dramaturgia ao contar a história de uma mulher nordestina. Mas Zefa não é "apenas" isso, é muito mais.
Graças a Andrea Beltrão, a personagem ultrapassa os limites regionais e é um espelho de quase todas as mulheres brasileiras que lutam. Seja pela família, seja pelo empenho no trabalho, seja por construir um mundo melhor. Todas elas estão representadas em cena.
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Num exemplo clássico, em que a atriz também acertou, Candoca, a mocinha de Mar do Sertão tinha uma composição sonhadora, quase de princesa de contos de fadas. O mesmo aconteceu com Açucena, de Cordel Encantado (2011). Quem tem uma vida ruim, quase sempre sonha em melhorar e nas novelas isso é um prato cheio para reviver a Cinderela moderna.
Não é o caso de Zefa Leonel. Embora a história vá se mostrar muito mais próxima de um conto de fadas, ela tem noção exata da realidade e tenta mudar pelo único meio que conhece: o trabalho e o esforço. O tom dado por Beltrão ao texto, mostra que ela não vai suspirar pelos cantos e muito menos sofrer por antecipação. A atriz criou uma protagonista forte, dura, mas com uma humanidade dessas que encontramos em quase todas as ruas do Brasil. Por isso ela brilha tanto.
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