Publicado em 05/01/2021 às 04:30:33
O ano de 2020, segundo alguns publicitários do mercado brasileiro e internacional, poderia ser resumido no bordão do Faustão: “Ô loco, meu! Quem sabe faz ao vivo”. A pandemia da Covid-19 promoveu uma mudança no modelo de trabalho das agências de todo o mundo. O investimento publicitário nos veículos de comunicação, para se ter uma ideia, caiu 25%, de janeiro a setembro na comparação com igual período de 2019, segundo o Conselho Executivo de Normas Padrão (CENP). Como qualquer negócio, o período exige cautela.
“Fizemos ao vivo mais do que nunca em 2020. O ano de 2021 pra mim é ano de manter o pique e a capacidade de realizar com menos recursos, mas com a liberdade de quem já aprendeu no meio da crise. Faço um paralelo com fazer dieta: 2020 equivale a fase de reeducação alimentar e perda de peso. 2021 é ano de manter a forma e aprimorar os músculos", sugere a paulista Renata Florio, CCO na Ogilvy Healthe Global ECD da Ogilvy&Mather de Nova York.
Para o publicitário e influencer do setor, Edson Athayde, CEO e CCO da FCB Lisboa, assim como um ao vivo onde tudo pode acontecer, o ano de 2021 é de insegurança. “É como se vivêssemos numa espécie de momento tranquilo antes que a onda do tsunami bata na praia. Sabemos que ela está a caminho, não sabemos é o tamanho.”
Além de fazer ao vivo, parece que os publicitários também "se viram bem nos 30". Não somente nos comerciais de TV, que costumam durar esse tempo, mas no dia a dia do trabalho. Rodrigo Medina, Diretor Nacional de Novos Negócios da Artplan, acredita que 2021 vai ser a oportunidade de uma virada de chave nunca antes vista. “Já sabemos o cenário que estamos lidando, entendemos os pontos fortes e fracos deste momento, já estamos fortes e resilientes, confiantes nos dias melhores que o próximo ano nos reserva, e o mercado segue por este mesmo caminho. Ainda sem sabermos com exatidão o que, de fato, nos aguarda, a união das equipes, a inovação e o amplo leque de se permitir vivenciar um novo contexto valoriza ainda mais a criatividade e o 'pensar fora da caixa', o que é algo incrível e promissor para um novo ciclo que se inicia.”
VEJA TAMBÉM
Chairman e CEO da WMcCann, Hugo Rodrigues explica que ainda tomamos decisões importantíssimas por bases emocionais: "Os estudos comprovam que viveremos um ciclo contínuo de alteração comportamental (obviamente devido a tudo que passamos e continuamos passando), que irá desafiar vários conceitos. A serenidade e a análise dos fatos e dados serão fundamentais para termos um 2021 melhor".
Otimista sobre o mercado publicitário, Roberto Amarante. presidente do Conselho Global de Diretores da 3AW, aposta numa recuperação: "As empresas precisam 'decolar' novamente e isso passa necessariamente pela propaganda".
Dalton Pastore, presidente da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), entende que a pandemia mudou todo o conceito de mídia e de comunicação, que era de mão única e hoje está democratizado. "Hoje todos produzem e divulgam conteúdo, seja ele entretenimento, jornalístico ou publicitário. Acabou o monopólio da voz."
Rodolfo Sampaio, sócio e CCO da Moma, pondera sobre 2020: "Queria destacar dois aprendizados que ficam desse ano muito louco que vivemos. Primeiro, as agências e seus clientes são muito mais resilientes e adaptáveis do que se imaginava. Aquele primeiro susto passou rápido e ninguém parou, pelo contrário. De ambos os lados, todo mundo foi mais criativo para estar em contato com seu público. E com a variedade de meios e plataformas disponíveis, isso ficou mais viável. O segundo é que o home office funciona".
Outro publicitário que aposta no trabalho remoto como uma tendência que irá ficar, é Marco Versolato, da JWT Corporation de Singapura. “É possível trabalhar remotamente. É possível viajar menos. Os clientes e as agências aprenderam a ser mais ágeis e proativos. Trabalho com clientes globais com processos longos e cheios de pesquisa e testes. No início da pandemia aprendemos a ser mais parceiros e acreditar na intuição. Muitos trabalhos foram feitos em dias e sem pesquisa e acabaram sendo um grande sucesso. Acredito, de alguma forma, que isso trouxe de volta a confiança mútua – agência x cliente. Eu enxergo 2021 com muito otimismo, tanto no negócio como criativamente.”
"Ufa" - Renata Florio, CCO na Ogilvy Healthe Global ECD da Ogilvy&Mather de Nova York.
"Perda. Para mim essa é a palavra do ano. Cada um teve a sua. Maior, menor, mais concreta, mas abstrata. Todos, mesmo os que negam a realidade, perderam algo" - Edson Athayde, CEO e CCO da FCB Lisboa
"Resiliência" - Rodrigo Medina, Diretor Nacional de Novos Negócios da Artplan
"Desafiador" - Hugo Rodrigues, Chairman e CEO da WMcCann
"Aprendizado” - Roberto Amarante. presidente do Conselho Global de Diretores da 3AW
"Difícil de explicar" - Dalton Pastore, presidente da ESPM
"Resiliência" - Rodolfo Sampaio, sócio e CCO da Moma
"Fragilidade" - Marco Versolato, CCO da J.Walter Thompson Corporation de Singapura
"Venha" - Renata Florio, CCO na Ogilvy Healthe Global ECD da Ogilvy&Mather de Nova York
“Recuperação. O meu desejo é que possamos recuperar em 2021 alguma coisa. Mas continuar vivo já vai estar de bom tamanho” - Edson Athayde, CEO e CCO da FCB Lisboa
“Retomada” - Rodrigo Medina, Diretor Nacional de Novos Negócios da Artplan
"Bom senso" - Hugo Rodrigues, Chairman e CEO da WMcCann
"Resiliência" - Roberto Amarante. presidente do Conselho Global de Diretores da 3AW
"Que não precise explicação"- Dalton Pastore, presidente da ESPM
"Sensatez" - Rodolfo Sampaio, sócio e CCO da Moma
"Aprendizado" - Marco Versolato, CCO da J.Walter Thompson Corporation de Singapura
Renata Granchi é jornalista, publicitária e head da empresa RG MKT & Gestão - Instagram: @marketingeoutrashistoria
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web