Publicado em 29/11/2020 às 13:29:59
Infelizmente, tragédias envolvendo violência policial contra jovens negros e pobres estampam as primeiras páginas dos jornais brasileiros e aparecem todos os dias na TV. É uma realidade absurda, revoltante e que não é exclusividade nossa. Teve um caso que ocorreu nos Estados Unidos, mas que poderia ter acontecido aqui. Cinco jovens foram presos e torturados injustamente. Essa inacreditável história baseada em fatos reais é uma jornada cruel de preconceito. E ela ganhou um poderoso registro em forma de minissérie. A direção é da conceituada cineasta Ava DuVernay: Olhos que Condenam.
Em 1989, uma jovem branca de classe média foi brutalmente agredida e estuprada quando estava correndo no Central Park, em Nova York. Quatro adolescentes negros e um latino foram rapidamente apontados como suspeitos pelo crime, sem que apresentassem qualquer prova contra eles. Com idades entre 14 e 16 anos, os garotos foram arrastados pra delegacia e interrogados por horas e horas, sem a presença de seus responsáveis.
Submetidos a torturas físicas e psicológicas, eles foram coagidos a assumir essa culpa que não lhes cabia, com a promessa de que seriam liberados. A polícia quis distorcer os fatos pra que se encaixassem em sua teoria torta. A ideia era apontar culpados e resolver o caso logo de uma vez.
Arrancando confissões falsas e fazendo um incriminar o outro em depoimentos fajutos, esse episódio ficou conhecido como "Os Cinco do Central Park" e virou um circo midiático pra saciar a sede de sangue de uma sociedade racista. Para as autoridades, não era uma questão de justiça e, sim, de política. Insistindo em falar a verdade, e defender a inocência de seus filhos, as famílias dos jovens se prepararam pra enfrentar a cidade de Nova York na Corte. E eles passariam anos nessa luta.
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A minissérie cobre um quarto de século. Mostra como Raymond, Antron, Yusef e Kevin foram moídos pelo sistema penal. Mas o pior ficou pro mais velho, Korey. Aos 16 anos, ele foi enviado pra uma prisão comum e sofreu o inferno lá dentro por mais de uma década. Tudo porque decidiu acompanhar um amigo até a delegacia, pra lhe dar apoio. Mesmo sem ter sido formalmente acusado de nada. Vemos o reflexo das prisões nos parentes desses jovens injustiçados. Como suas famílias se desagregam. Como é praticamente impossível pra ex-detentos se reinserirem na sociedade. Porque, até que se prove o contrário, eles são agressores de mulher, estupradores.
A diretora Ava DuVernay também colaborou no roteiro dos quatro episódios da minissérie. Pra você ter uma dimensão do peso dessa realizadora, ela foi indicada ao Oscar de Melhor Direção por Selma: Uma Luta Pela Igualdade - cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King, Jr., vivido no filme por David Oyelowo. E Ava também teve um documentário indicado ao prêmio da Academia.
A Décima Terceira Emenda, um mergulho no sistema prisional norte-americano e o que ele revela sobre o histórico de desigualdade racial dessa nação. O elenco de Olhos que Condenam tem vários nomes de destaque em participações vibrantes. Felicity Huffman interpreta Linda Fairstein, promotora de justiça de Nova York. Já Vera Farmiga é a promotora de justiça da procuradoria Distrital de Nova York, Elizabeth Lederer. Essas fazem as "vilãs" da história.
Do lado do bem temos John Leguizamo, Michael Kenneth Williams, Famke Janssen, Joshua Jackson. A lista é longa. Mas, detalhe: Olhos que Condenam ganhou o prêmio Prime time Emmy de Melhor Elenco de Minissérie, Telefilme ou Especial. "Olhos que Condenam" também conquistou um Prime time Emmy específico de Melhor ator em Minissérie ou Filme, que foi pra Jharrel Jerome, que faz o Korey Wise. Ele é o único que vive o seu personagem na adolescência e no início da vida adulta.
O filme tem como produtores gente do calibre de Oprah Winfrey, Robert De Niro e da própria Ava DuVernay. É um tema urgente que, tristemente, não fica datado. O título original é When They See Us - Quando Eles Nos Veem. Quer dizer, quando eles enxergam o jovem negro e pobre, já saem rotulando como criminoso, culpado. Por isso, essa é uma minissérie que você não pode perder.
Curtiu a ideia desse conteúdo? Ele está disponível na Netflix. Para mais dicas, acesse o Canal Like no 530 da Claro ou nas redes sociais canallikeoficial. Até a próxima dica!
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