Pantanal fez elenco brilhar e consagrou duas atrizes
Novela chega ao fim nesta sexta-feira (7) com repercussão que há tempos não se via
Publicado em 07/10/2022 às 13:45
Maior sucesso da TV em anos, Pantanal chega ao fim nesta sexta-feira (7) na Globo. O remake de Bruno Luperi, baseado na novela de seu avô Benedito Ruy Barbosa, exibida na Manchete em 1990, cumpriu as altas expectativas que envolviam a adaptação de um clássico da teledramaturgia. No elenco, duas atrizes se consagraram.
O maior destaque, de longe, foi Isabel Teixeira, a Maria Bruaca. A atriz de 48 anos, com uma longa carreira no teatro, teve seu primeiro papel de grande destaque na televisão. Compôs com sensibilidade uma dona de casa submissa que, no decorrer da história, revela-se uma mulher fogosa e dona de si ao descobrir a traição do marido, Tenório (Murilo Benício).
Vários foram os momentos brilhantes da atriz na trama. Entre eles, é possível destacar os embates com Murilo Benício, especialmente na fase em que Maria Bruaca descobre a “segunda família” do marido. Se a novela foi, por vezes, acusada de ter “barriga” – período em que nada de relevante acontece –, Isabel manteve o interesse na novela em alta, transbordando emoção nas cenas mais corriqueiras.
Outra fase irrepreensível foi quando Maria Bruaca virou “chalaneira” após tentar matar Tenório e ser expulsa de casa. A boa parceria com Eugênio (Almir Sater) gerou a sequência em que ela canta Meu Primeiro Amor, composição do pai da atriz, Renato Teixeira, que casou perfeitamente com a história da personagem. Relembre:
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A integração entre os personagens e a música – elemento tão importante nas novelas de Benedito Ruy Barbosa – também rendeu bons momentos. Do ótimo trabalho de Murilo Benício como Tenório, é possível destacar a cena em que o vilão se comove ouvindo O Boinha em uma moda de viola, cuja história contada também se assemelhava à dele. Dar fragilidade ao grileiro em momentos pontuais foi o trunfo do ator.
Alanis Guillen saciou altas expectativas em torno da figura de Juma Marruá
Se Isabel Teixeira roubou a cena, justiça seja feita: a protagonista de fato, Juma Marruá, vivida por Alanis Guillen, foi outro dos pontos altos da novela. Havia na figura da mulher-onça, papel disputado por várias atrizes desde que o remake foi anunciado, uma grande expectativa, saciada pelo bom trabalho da artista de 24 anos.
Alanis Guillen não é estreante em novelas, mas só havia feito um trabalho na TV, também como protagonista, em Malhação: Toda Forma de Amar (2019). Sua Juma Marruá em nada fica devendo à atuação marcante de Cristiana Oliveira na novela de 1990. O trabalho mostrou que a novata sabia bem da responsabilidade que tinha em mãos e se dedicou à composição do papel.
Houve uma preocupação em definir a personagem nos mínimos detalhes. A fala e os gestos selvagens, por vezes, deram lugar a um olhar doce e até a um toque de humor, fundamentais para o apelo com o público. Outra que merece ser citada é Juliana Paes, a Maria Marruá, que dominou a primeira fase para que a filha da ficção pudesse brilhar na segunda.
Foram muitos os bons desempenhos (o que dizer de Osmar Prado como Velho do Rio?) neste elenco encabeçado por Marcos Palmeira na pele de José Leôncio. O veterano ator vinha de papéis menos expressivos em novelas e teve, com o fazendeiro, a chance de mostrar seu talento para criar tipos populares, especialmente homens do campo. Sem dúvidas, foi seu melhor desempenho em novelas.
Pantanal chega ao fim com uma média de 30 pontos na Grande São Paulo, segundo o Kantar Ibope. É bem mais do que Um Lugar ao Sol (22), mas menos do que Amor de Mãe (31) e algumas reprises das 21h na pandemia. Termina, contudo, com o encontro entre alta repercussão e uma aprovação tanto do público quanto da crítica que só fazem frente a títulos como A Força do Querer (2017) e Avenida Brasil (2012).
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