Crítica

Vermelho Sangue é uma Malhação com "lobimoça", vampiros e cenas de sexo

Nova série do Globoplay remete à extinta novelinha não só pela história adolescente, mas também pela qualidade duvidosa


Celina (Laura Dutra), Michel (Pedro Alves), Flora (Alanis Guillen) e Luna (Letícia Vieira) em Vermelho Sangue
Celina (Laura Dutra), Michel (Pedro Alves), Flora (Alanis Guillen) e Luna (Letícia Vieira) em Vermelho Sangue; novos episódios chegam nesta quinta-feira (9) - Foto: Globo/Paulo Belote
Por Walter Felix

Publicado em 09/10/2025 às 05:27,
atualizado em 09/10/2025 às 15:22

Com Vermelho Sangue, o Globoplay lançou uma espécie de Malhação, só que desta vez contendo uma “lobimoça”, vampiros e também cenas de sexo. Os seis primeiros episódios da série foram divulgados na semana passada; outros quatro chegam à plataforma de streaming nesta quinta-feira (9).

A jovem Luna (Letícia Vieira) se muda com a mãe para a fictícia cidade histórica de Guarambá, conhecida como o santuário do lobo-guará. O objetivo das duas é conhecer e domar os instintos da moça, uma “lobimoça”, frequentando um instituto onde há estudos sobre sua natureza.

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Na cidade, Luna se conecta com a rebelde Flora (Alanis Guillen), dando início a um romance. Os passos da protagonista ainda são acompanhados por um casal de vampiros, Celina (Laura Dutra) e Michel (Pedro Alves), que chegam ao instituto como estudantes estrangeiros, passando-se por irmãos.

Vermelho Sangue tem criação e redação final de Rosane Svartman e Claudia Sardinha. A direção artística é de Patrícia Pedrosa. O elenco também tem Rodrigo Lombardi, Heloisa Jorge, Lucas Leto, Bete Mendes, entre outros.

Crítica: Vermelho Sangue é uma Malhação com \"lobimoça\", vampiros e cenas de sexo

A proposta diferenciada garante à série certa curiosidade. Produções brasileiras não costumam trazer à cena seres míticos como vampiros e lobisomens. Se no exterior essas histórias sobrenaturais garantem suspense e terror, por aqui elas acabam pendendo para a comédia.

Por isso, tende a ser engraçada e não assustadora uma “lobimoça” que, por ser brasileira, se transforma em um lobo-guará. É algo como Bento Carneiro, o vampiro brasileiro vivido por Chico Anysio (1931-2012) que, por ter nascido aqui e não na Transilvânia, era caipira, medroso e desnutrido.

Há uma grande dificuldade da série em conectar o público com a história e torná-la crível ou envolvente. A protagonista franze o nariz a cada mínimo perigo para lembrar o espectador de seu instinto animal. Já o vampiro Michel é apático e inexpressivo demais para meter medo em alguém.

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A sucessão de acontecimentos ao longo dos episódios é banal e pouco interessante, sem muitos sobressaltos. As sequências de sexo parecem uma tentativa de incluir certa ousadia aos episódios e disfarçar o enredo essencialmente infantojuvenil – a atração, aliás, talvez tivesse mais êxito se assumisse como uma série para crianças.

A curta duração – são apenas 10 episódios, e a maior parte deles tem menos de 30 minutos – garante agilidade à narrativa sem torná-la cansativa. É o que ajuda a seguir assistindo aos episódios, apesar de serem poucos os atrativos.

Pelo menos, a atração se vale de algum apuro visual, com belas locações e bons efeitos especiais. As gravações no Santuário do Caraça, em Catas Altas, no interior de Minas Gerais, garantem a atmosfera soturna necessária, ainda que o roteiro não consiga êxito no suspense.

Com texto pouco inspirado e atuações fracas, Vermelho Sangue tem mesmo cara de Malhação. Apesar de alguns elementos a mais que faltavam à novelinha, a nova série remete à extinta atração da Globo não só pela história adolescente, mas principalmente pela qualidade duvidosa.

Assista ao trailer da série Vermelho Sangue, disponível no Globoplay:

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