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Dira Paes celebra Filó, aponta contexto machista e avalia fim trágico de Pantanal

Atriz diz que mulheres reconheceram a personagem em suas famílias; novela da Globo termina na sexta-feira (7)


Dira Paes como Filó em cena do último capítulo da novela Pantanal, em reta final na Globo
Vivida por Dira Paes, Filó realiza sonho e se casa no último capítulo de Pantanal, que vai ao ar nesta semana - Foto: Victor Pollak/Gshow
Por Walter Felix

Publicado em 04/10/2022 às 04:15,
atualizado em 04/10/2022 às 09:08

Dira Paes encara Filó, sua personagem em Pantanal, como um “presente da vida”. Ela percebe que a cozinheira gerou identificação, apesar de não corresponder ao perfil da mulher moderna, mostrando-se abnegada pelo amor a José Leôncio (Marcos Palmeira). Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, a atriz celebra o sucesso da novela, aponta o contexto machista em que a relação do casal está inserida e ainda avalia o fim trágico que vai ao ar sexta-feira (7), na Globo.

“A Filó é uma mulher que talvez muitas mulheres conheçam e tenham em suas famílias”, comenta Dira Paes. Ela concorda com parte das críticas nas redes sociais, onde os internautas acusaram Filó de “passar pano” para atitudes de José Leôncio ao longo da trama. “O que é importante ver é que essa mulher está em transformação, em busca de sua independência, de sua liberdade de pensamento, das suas vontades e dos seus desejos.”

O remake da Globo – assinado por Bruno Luperi, baseado na novela original de seu avô Benedito Ruy Barbosa, exibida na Manchete em 1990 – deve seguir o fim trágico da primeira versão. Após se casar com o companheiro de vida, Filó tem um baque ao encontrá-lo morto no dia seguinte à noite de núpcias. O tempo passa, o fazendeiro assume o lugar do Velho do Rio (Osmar Prado), enquanto a viúva sofre de saudades, sem conseguir vê-lo.

“Sem dúvida nenhuma, é um final trágico. Mas há momentos muito especiais nessa transição e uma transcendência em relação à morte. Acredito que José Leôncio não morre, e talvez faça parte daquele Pantanal eternamente”, define Dira Paes, que também comemora o sucesso da trama. “É uma novela que encontra seu público, e é isso que um artista quer: que um trabalho tenha essa repercussão, esse eco.”

Confira a íntegra da entrevista com Dira Paes, a Filó de Pantanal

Dira Paes em Pantanal
Filó não terá um final feliz ao lado de José Leôncio no fim de Pantanal - Foto: Globo/Victor Pollak

NT: Qual balanço você faz da sua experiência como Filó em Pantanal?

Foi um presente da vida fazer essa novela e desempenhar o papel de uma mulher que tem a força de ser o alicerce de uma família inteira. Isso se reflete muito nos dias de hoje. Por isso a novela encontrou tanto eco no público: por ter personagens que fazem com que você se coloque no lugar deles e se identifique.

NT: Nas redes sociais, a Filó foi por vezes acusada de "passar pano" para o José Leôncio. Como avalia a postura da personagem diante do companheiro?

"Acho que, em muitas situações, ela realmente “passou o pano”, como dizem. Ela não teve reação a algumas maneiras de existir nesse interior do Brasil, que é extremamente machista."

Dira Paes

Ao mesmo tempo, com calma e paciência, a Filó conseguiu reverter muitas situações. Entre elas, a de ter voz e ser uma mulher que, apesar de não ter uma postura de "patroa", era a provocadora de uma conversa mais sensata com o José Leôncio.

NT: Na sua opinião, o que a Filó nos diz sobre as mulheres em 2022? Que tipo de identificação ela pôde gerar?

Muitas mulheres talvez conheçam e tenham Filós em suas famílias. É uma mulher de dedicação aos parentes, que promove a união em torno da comida e que vê nos outros a sua própria felicidade. Prefere que os outros sejam felizes, porque isso é o que vai deixá-la mais feliz.

"Sabemos que esse não é o perfil da mulher contemporânea, mas é o perfil da grande maioria das mulheres brasileiras. O que é importante ver é que essa mulher está em transformação, em busca de sua independência, de sua liberdade de pensamento, das suas vontades e dos seus desejos."

Dira Paes
Último capítulo de Pantanal
Filó e José Leôncio se casam no último capítulo de Pantanal, mas fazendeiro morre no dia seguinte - Foto: Globo/Victor Pollak

NT: Qual foi a base que a Pantanal da Manchete, de 1990, te deu para encarar esse trabalho? Li que você assistiu à primeira versão.

Assisti à primeira versão como espectadora e fui uma fã da novela, imensamente. Na época, eu já tinha desejo de ter feito a novela. Isso acontecer depois de 32 anos foi realmente uma surpresa. A primeira versão de Pantanal foi maravilhosa e impactante, como a nossa em 2022.

NT: Antes da estreia, você disse que pediria a bênção à Jussara Freire. Qual foi seu contato com a atriz?

Sou uma grande admiradora da Jussara Freire. Pedi a bênção, e acho que ela teve um caminho muito bonito como Filó. Deixou um legado muito bonito também. Com certeza, bebi na fonte da Filó da Jussara.

NT: Na primeira versão, Filó teve final melancólico com a morte do José Leôncio. Podemos dizer que foi um final triste? Como avalia aquele desfecho?

Sem dúvida nenhuma, é um final trágico. Mas há momentos muito especiais nessa transição e uma transcendência em relação à morte. Acredito que José Leôncio não morre, e talvez faça parte daquele Pantanal eternamente.

NT: O que pode nos contar sobre o fim da sua personagem agora? Ficou satisfeita com o final?

Pantanal teve sua própria jornada. É uma novela que encontra seu público, e é isso que um artista quer: que um trabalho tenha essa repercussão, esse eco. Sendo assim, Pantanal teve um grande êxito. Estou muito feliz com o caminho que a novela tomou, artisticamente e por essa relação com a audiência.

"Não dá para adiantar muito, afinal de contas o público está ansioso para assistir [ao último capítulo], mas posso dizer que fiquei muito feliz com o amadurecimento da Filó."

Dira Paes
Dira Paes em Pureza
Além de Pantanal, Dira Paes protagonizou em 2022 o premiado filme Pureza - Foto:  Divulgação/Downtown Filmes

NT: Conte sobre os demais projetos em que você está envolvida atualmente.

Neste momento, estou no aeroporto, indo para Belém do Pará, onde vou rodar o longa Manas, da Mariana Brennand. Em seguida, vou rodar Ó Paí Ó 2, em Salvador, e tirar férias em novembro.


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