Quarta Parede

Globo dispensa nudez em Pantanal e ignora uma das principais marcas da novela original

Cenas mais ousadas – que primavam pelo bom gosto – impulsionaram a audiência da versão da Manchete, em 1990


Bella Campos e Alanis Guillen como Muda e Juma Marruá em cena da novela Pantanal, em exibição na Globo. Na foto, as personagens aparecem tomando banho de rio
Em versão mais comportada de Pantanal, até os banhos de rio são com roupa - Foto: Reprodução/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 01/05/2022 às 04:30,
atualizado em 01/05/2022 às 11:38

Em uma das cenas mais bonitas da primeira versão de Pantanal, exibida com grande sucesso na extinta Manchete em 1990, Juma (Cristiana Oliveira) nada pelada na piscina da casa de Jove (Marcos Winter) assim que o rapaz a leva para o Rio de Janeiro. A viagem dos namorados (agora vividos por Alanis Guillen e Jesuíta Barbosa) à Cidade Maravilhosa deve ir ao ar na versão da Globo nas próximas semanas, provavelmente em uma sequência bem mais comportada que aquela exibida há 32 anos.

Desde que Pantanal entrou no ar, a Globo tem dispensado as cenas de nudez, um dos principais atrativos ao público que garantiu o sucesso da novela de Benedito Ruy Barbosa em sua primeira exibição. A história exalta a natureza; logo, calhou que os enlaces amorosos e os banhos de rio fossem mostrados com os atores como vieram ao mundo. A proposta, em 1990, também obedecia ao estilo mais ousado da Manchete de fazer novela.

Logo na primeira fase da Pantanal original, Paulo Gorgulho, na pele da fase jovem de José Leôncio, protagonizou cenas quentes com Ingra Liberato, a primeira Madeleine, e Carolina Ferraz, intérprete de Irma. Na fase seguinte, ficaram famosos os banhos de rio das atrizes Cristiana Oliveira (Juma), Luciene Adami (Guta), Andréa Richa (Muda) e outras.

Em Pantanal mais pudica, entrecho importante da versão original pode ser vetado

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Nada disso vai ao ar na Globo, que leva ao telespectador uma versão mais pudica da história. Não que o simples fato de colocar os atores sem roupa fosse contribuir para a qualidade da produção, da mesma forma que a opção por cenas de sexo mais veladas também não compromete a atração. Lamenta-se, apenas, que uma das grandes qualidades da primeira versão da história tenha ficado de fora da adaptação. 

Afinal, as cenas “para maiores” da versão de 1990 passavam longe da pornografia ou do mau gosto. Ao contrário, havia um elogio ao natural, à integração do homem e da mulher com o ambiente pantaneiro. Quando Juma nada pelada na piscina, como se estivesse em um rio, conhecemos a pureza da personagem, ao mesmo tempo em que nos surpreendemos, assim como a família conservadora do rapaz, com a atitude despudorada da moça.

A dificuldade em bancar o que a primeira Pantanal apresentou não se restringe às cenas de nudez e sexo. Em entrevista recente ao portal Notícias da TV, o ator Juliano Cazarré adiantou que a esperada cena em que seu personagem Alcides é castrado por Tenório (Murilo Benício) não está no roteiro até o capítulo 150, indicando que a sequência de violência – outra passagem importante da novela original – pode ter sido vetada na adaptação para a emissora carioca.


O NaTelinha divulga todos os dias os resumos dos capítulos, detalhes dos personagens, entrevistas exclusivas com o elenco e spoiler da novela Pantanal. Confira!

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