Publicado em 24/01/2022 às 05:30:00,
atualizado em 24/01/2022 às 10:31:28
O BBB22 corrigiu um erro de representatividade na história do reality show com a escalação de Linn da Quebrada, primeira travesti em 20 anos de programa, integrante do Camarote. Presença marcante na primeira semana, a artista está há apenas quatro dias na casa – entrou na quinta-feira (20), porque foi diagnosticada com Covid-19 –, mas já tem enfrentado episódios de transfobia, o que finalmente foi assunto no programa na Globo exibido nesse domingo (23).
Há quem defenda que o Big Brother Brasil é um mero programa de entretenimento e, por isso, não deveria abrigar discussões mais sérias sobre questões sociais. Porém, não é adequado tratar episódios de preconceito entre os participantes como meros conflitos entre eles. A direção do programa parece ter aprendido isso, a exemplo do tratamento dado a comentários racistas no BBB21, e da abordagem dada pelo apresentador Tadeu Schmidt antes da formação de paredão.
Neste início de temporada, a transfobia parece ser a grande pauta do programa. Desde que entrou no confinamento, Linn da Quebrada já foi tratada com pronome masculino por Eslovênia e Laís. Também ouviu um discurso de meritocracia de Naiara Azevedo, que falou em “falta de coragem” nas travestis. Já Rodrigo usou a expressão “traveco” em conversa com outros brothers, foi corrigido e, no dia seguinte, conversou sobre o uso do termo com a atriz e cantora.
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Em contrapartida, os administradores dos perfis nas redes sociais de alguns dos participantes citados acima se pronunciaram sobre os episódios; todos admitiram os erros cometidos. No programa que vai ao ar na Globo, os fatos não tiveram tanto destaque no dia em que ocorreram, mas foram finalmente repreendidos na edição de domingo. Após frisar que Linn está "solteira" (no feminino), Tadeu Schmidt lembrou que a sister tem a palavra "ela" tatuado na testa. A justificativa foi dada pela artista:
No sábado (22), em torpedo anônimo enviado a Linn da Quebrada, Laís questionou se a sister estava “solteiro”. A pergunta foi uma referência à brincadeira feita pela artista com os brothers após sua chegada à casa, como a Globo evidenciou na edição à noite. O erro não foi mencionado entre os participantes, mas rendeu uma onda de críticas à dermatologista, cuja equipe se desculpou no Twitter:
Mais tarde, na festa, Eslovênia se referiu a Linn como “amigo”. A pipoca se corrigiu em seguida, chamando a atriz de “amiga”, e foi repreendida por ela. A estudante já havia tratado a colega de confinamento por pronome masculino durante um almoço na semana passada, e foi igualmente corrigida naquela ocasião. Nos stories do Instagram, a equipe se retratou:
Por Rodrigo ter usado o termo “traveco” no confinamento, a equipe do brother também emitiu um comunicado:
O perfil de Linn da Quebrada se pronunciou sobre os episódios, ressaltando a violência contra a população trans no Brasil e lembrando que a homotransfobia é crime equiparado ao racismo pelo STF (Supremo Tribunal Federal) desde 2019. “A indignação contra esse tipo de violência é fundamental e deve existir para além das redes sociais”, frisa o texto. Confira:
Em tempo
Nesta semana, Ariadna, a única mulher transexual na história do Big Brother Brasil, relembrou o preconceito que sofreu ao participar do programa, há 11 anos. Na ocasião, ela optou por não falar sobre sua intimidade com os demais participantes e, fora do jogo, foi alvo de piadas transfóbicas, inclusive na imprensa. Em publicação no Twitter, a ex-BBB resgatou uma capa do jornal Meia Hora, do Rio de Janeiro:
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