A cereja do bolo

A Fazenda 2020: Campanha para Mariano é mais um selo de amadorismo da Record

Mariano ganha campanha para ficar e até fogos de artifício

A Fazenda 2020 tem trajetória manchada por lambanças e deslizes - Reprodução/Record TV/PlayPlus
Por Thiago Forato

Publicado em 28/11/2020 às 08:47:00

A Record vem cometendo uma sucessão de deslizes e também de amadorismos em A Fazenda 2020. Para um programa desse porte, é inadmissível que algumas coisas se repitam em sua décima segunda edição, depois de ter adquirido tanto know-how. Pelo menos em tese. Mais uma aconteceu ao longo da semana, quando programas de uma afiliada do Mato Grosso do Sul fizeram uma campanha pela permanência de Mariano, natural da capital Campo Grande.

Não importa se o fato aconteceu em Mato Grosso do Sul, São Paulo ou no Acre. A imparcialidade e isenção em um programa que mexe tanto com fandoms e a emoção do público têm que existir, seja onde for. Alguém se recorda de algum fato semelhante na Globo com o seu Big Brother Brasil?

Em uma atitude pra lá de esquisita, o Balanço Geral MS prometeu sortear R$ 500 para quem votasse pela permanência do sertanejo. Por que cargas d'água? Não há explicação para tamanho descuido. O que fará a emissora para tentar reparar o erro? Há como reparar?

Essa talvez tenha sido a cereja do bolo.  A Fazenda começa logo no início de toda a temporada com um sinal 24 horas chinfrim. Entra ano e sai ano, a emissora não consegue disponibilizar um serviço à altura do reality show. Até mesmo a Casa dos Artistas, quase 20 anos atrás, conseguia ser mais decente. Cortes bruscos e apenas uma câmera disponível ainda é uma triste realidade, não importa o quanto o espectador esperneie. 

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Carro de som, fogos e quebra de protocolo

A Fazenda 2020 vem se transformando em um acúmulo de erros e descuidos grosseiros. Além da campanha completamente descabida no Mato Grosso do Sul, a temporada já teve carro de som com informação externa por parte dos fãs de Stéfani Bays e MC Mirella, que culminou numa mudança brusca de comportamento por parte da funkeira.

Lucas Maciel, quando eliminado, fez a produção de gato e sapato e não respeitou os protocolos de eliminação, se despedindo de todos os peões. E como desgraça pouca é bobagem, os participantes ainda foram testemunhas de fogos de artifício celebrando a permanência de Mariano na última quinta-feira (26).

A falta de transparência também é outro fator ainda assustador para um reality como A Fazenda. Se no BBB tudo é combinado na quinta-feira, quando começa a semana, o mesmo não acontece na Record. Os poderes das chamas, por exemplo, muitas vezes são só conhecidos do público na noite de Roça, um verdadeiro absurdo, abrindo brecha para o público pensar sim, que existe manipulação. Dependendo de como o jogo se desenha, a emissora insere esse ou aquele poder.

A pegadinha com o público, que é fiel ao reality show, não tem graça nenhuma. Silvio Santos transformou a Casa dos Artistas 2, em 2002, na casa da mãe Joana e o sucesso caiu como um sopro em um castelo de cartas.

A Fazenda ressurgiu em 2020 depois de consecutivas edições desinteressantes. E quando a emissora alcança uma determinada popularidade, como há 10 anos não se via, joga isso na lata do lixo e pode perder a oportunidade de continuar em alta no ano que vem.

É um desrespeito atrás do outro.


Thiago Forato é jornalista e escreve diariamente para o NaTelinha. Assina a coluna Enfoque NT desde 2011 , deu pitacos sobre o BBB20 e agora faz o mesmo com A Fazenda 12. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto



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