Foi bem

Atuação da Semana: Com Sérgio, Wagner Moura relembra capacidade de criar tipos

Ator voltou a se destacar em um papel internacional


Cena do filme Sérgio, com Wagner Moura
Wagner Moura se destacou em novo papel, o filme Sérgio, da Netflix - Foto: Divulgação

Com Sérgio, Wagner Moura volta ao campo da ficção dando vida a um personagem que realmente existiu. O ator novamente buscou elementos próprios no processo de criação e nos detalhes encontrou um estilo narrativo, que pudesse atrair os olhos do mundo.

O filme, disponível na Netflix para todo o mundo, acompanha parte da trajetória do brasilerio Sérgio Vieira de Mello, um dos diplomatas da ONU (Organização das Nações Unidas) mais importantes no cenário mundial, quando morreu em um atentado terrorista no Iraque, em 2003.

Para compor o personagem, Wagner Moura construiu cada tijolinho da interpretação baseada em pequenos detalhes que, vistos separadamente, produziriam trejeitos – reais ou ficcionais, difícil saber – mas somados mostraram a energia emblemática de um brasileiro típico: o homem otimista, alto astral e, claro, atrapalhado para lidar com seus próprios sentimentos.

Como vem fazendo desde que ganhou destaque na TV em Paraíso Tropical (2007), ao encarnar o vilão Olavo, Moura novamente criou um jeito típico de andar para Sérgio – o recurso é a marca autoral do intérprete – mas dessa vez foi além. Se em Narcos (2016), ao viver o traficante Pabloc Escobar, ele puxou a boca para frente ao falar, dessa vez o personagem era basicamente um sorriso ambulante.

Atuação da Semana: Com Sérgio, Wagner Moura relembra capacidade de criar tipos

Em textos de amigos e familiares, todos concordaram que Sérgio era alguém alto astral e para achar este ponto, Wagner Moura não ficou escorado exclusivamente no roteiro com frases de efeito e batalhas dialogais do personagem com figuras de autoridade mundial. O ator criou um elemento próprio, o sorriso e deu um sinal nítido para o telespectador que não era um trejeito, era um elemento da narrativa.

Muito mais magro e encorpado que em Narcos, Moura fez, de novo, aquilo que o público convencional brasileiro não está acostumado e, portanto, não espera de um ator. Uma composição completamente distinta de tudo que já se viu ele fazer. Não se trata de mudar penteado, cor de cabelo ou mesmo estilo de roupa, é alto mais sutil, como os exemplos citados acima.

Com Sérgio, Wagner Moura mostrou uma qualidade rara de se ver em astros e estrelas tupiniquins formados pela indústria da telenovela em que quase não há tempo de pensar na composição do personagem: planejou cada movimento de seu personagem para atingir o âmago do público. Por isso, ele é a Atuação da Semana.

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