Coluna Especial

Caso Ana Hickmann: Como fugir de um relacionamento abusivo? 9 sinais que você precisa saber

Apresentadora da Record apanhou do marido e registrou queixa na polícia; saiba como evitar essa situação na vida


Montagem com a apresentadora Ana Hickmann e o marido
Ana Hickmann foi agredida pela marido
Por Redação NT, com Rosângela Casseano

Publicado em 13/11/2023 às 10:00,
atualizado em 13/11/2023 às 10:17

Um relacionamento abusivo é caracterizado por um desequilíbrio de poder, controle excessivo e comportamentos prejudiciais por parte de um dos parceiros. Infelizmente, agressões contra mulheres são recorrentes: quase 4 a cada 10 já sofreram algum tipo de violência em casa e vivem relacionamentos abusivos e tóxicos, independentemente de seu sucesso pessoal e profissional ou status.

Não é tão incomum acompanharmos casos de mulheres que, mesmo bem-sucedidas e instruídas, vivenciam o que chamamos de “agressão patrimonial”, que é uma forma de violência doméstica que envolve o controle, a destruição ou a apropriação dos bens e recursos financeiros de uma pessoa, geralmente em um relacionamento abusivo, tendo um impacto significativo na vida da vítima, levando a consequências emocionais, econômicas e sociais negativas.

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Muitas mulheres que sofrem violência doméstica demoram para denunciar, muitas por temor de retaliação física ou emocional por parte do agressor, se sentem envergonhadas e culpadas. Não é difícil encontrar mulheres que acreditam que são responsáveis pelo comportamento abusivo do parceiro. Há muita falta de conscientização, não reconhecem que estão em um relacionamento abusivo devido à falta de conscientização sobre os diferentes tipos de abuso e seus impactos. Elas podem acreditar que o comportamento abusivo é normal ou que merecem ser tratadas dessa maneira.

Dependência Emocional

Há outras motivações fortíssimas que as mantêm reféns desse tipo de relacionamento e optam por permanecer neles por causa dos filhos. Muitas mulheres têm medo de perder a custódia e sabem que, quando sair do relacionamento, o parceiro abusivo poderá usar isso como uma maneira de controlá-la ou puni-la. Elas também se preocupam com a segurança dos filhos, acreditam que, se mantendo no relacionamento, elas estarão protegendo melhor seus filhos do abuso direto do parceiro abusivo. Há aquelas que dependem financeiramente para cuidar dos filhos. Sem falar na culpa e responsabilidade materna, pois há uma pressão social e cultural para manter a família intacta.

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O que também as mantém no relacionamento é o medo e a dependência emocional, ameaças ou retaliação. Além disso, a dependência emocional pode ser uma barreira para deixar um relacionamento tóxico. Até questões de baixa autoestima fazem a pessoa acreditar que não merece algo ou um parceiro melhor, levando a tolerar comportamentos abusivos. Até a crença de que o parceiro irá melhorar seu comportamento, desenvolvendo uma negação e esperança de mudança, tendo assim uma dificuldade em reconhecer a gravidade do relacionamento.

Um parceiro abusivo pode exercer manipulação psicológica e controle sobre a pessoa, dificultando sua capacidade de sair do relacionamento. Muitos agem de forma contraditória no ambiente social e profissional, fazendo com que a família e amigos nunca percebam qualquer atitude agressiva.

É importante estar ciente dos sinais de um relacionamento abusivo para proteger a saúde emocional e física. Aqui estão algumas maneiras de identificar se você está em um relacionamento abusivo:

  1. Controle excessivo: O parceiro tenta controlar o que você faz, com quem você fala, onde você vai e até mesmo o que você veste. Eles podem usar ameaças, intimidação ou manipulação para manter o controle sobre você.

  2. Isolamento: Eles tentam afastá-lo de amigos e familiares, limitando seu acesso a um sistema de apoio. Eles podem tentar convencê-lo de que são as únicas pessoas que realmente se importam com você.

  3. Manipulação emocional: Eles usam táticas manipulativas para minar sua autoestima, como insultos constantes, humilhação pública ou fazer você se sentir culpado por coisas que não são sua responsabilidade.

  4. Violência física ou ameaças: Isso é um sinal claro de abuso. Se seu parceiro usa violência física contra você ou ameaça fazer isso, é fundamental buscar ajuda imediatamente.

  5. Ciúme excessivo: Eles demonstram um ciúme doentio, controlando suas interações com outras pessoas ou acusando-o(a) constantemente de traição, sem motivo aparente. Eles podem tentar invadir sua privacidade, como verificar seu celular ou e-mail sem sua permissão.

  6. Isolamento financeiro: Eles controlam suas finanças, limitando seu acesso ao dinheiro ou exigindo que você preste contas de todos os seus gastos. Isso pode tornar você dependente deles financeiramente.

  7. Desrespeito pelos seus limites: Seu parceiro ignora seus limites físicos, emocionais ou sexuais, forçando você a fazer coisas que não quer ou se sente desconfortável.

  8. Culpa constante: Eles fazem você se sentir responsável por todos os problemas no relacionamento, mesmo quando não é verdade. Eles podem culpar suas ações ou comportamentos por seu próprio comportamento abusivo.

  9. Flutuações extremas de humor: Seu parceiro pode alternar entre ser extremamente carinhoso e abusivo. Essas mudanças de comportamento podem tornar difícil para você prever como eles irão reagir em determinadas situações.

É fundamental lembrar que nenhuma mulher é culpada pela violência que sofre. É importante fornecer um ambiente seguro e acolhedor para as vítimas, oferecendo apoio emocional, encorajamento e informações sobre os recursos disponíveis, como abrigos, linhas de apoio e serviços de aconselhamento. Todos somos responsáveis e não devemos nos calar. Em briga de marido e mulher, devemos sim mexer na colher. Denuncie: Ligue 180 ( Central de Atendimento à Mulher).


Rosângela Casseano, Psicóloga, Terapeuta Cognitivo Comportamental, CEO da PsicoPass www.psicopass.com.br

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