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De Hebe a Xuxa: As mulheres que revolucionaram a TV brasileira

No Dia Internacional da Mulher, confira as personalidades que driblaram o preconceito e brilharam na TV

De Hebe a Xuxa: Relembre as mulheres que revolucionaram a TV brasileira
Por Redação NT

Publicado em 08/03/2022 às 05:22:00

Oito de março: Dia Internacional da Mulher. A data foi registrada para relembrar a luta e a força feminina contra todos os tipos de abuso, o machismo e o preconceito, mas a figura feminina deve ser contemplada todos os dias do ano. Mulher é sinônimo de garra e resiliência, numa sociedade em que ainda persiste numa estrutura patriarcal, em que o homem tem poder e domínio sobre o sexo feminino.

Mesmo com o cenário atual, ao longo dos anos as mulheres conquistaram muitos direitos de igualdade de gênero, como o voto e a permissão para dirigir. Na televisão não foi diferente! Muitas delas tiveram um papel fundamental na história da telinha, não apenas nos primórdios da TV brasileira, nos anos 1950, mas também nos tempos atuais, participando ativamente da consolidação da cultura do país.

Seja na teledramaturgia, no jornalismo, nos programas de auditório ou nas atrações femininas, elas revolucionaram o meio de comunicação e criaram gêneros que servem de referência até hoje. Confira as mulheres que transformaram a TV brasileira!

Hebe Camargo

Hebe Camargo (1929-2012) é conhecida como a Rainha da TV Brasileira e não é para menos. A apresentadora revolucionou em muitos aspectos a telinha, não apenas no gênero de programa de auditório, mas também por levar assuntos sérios de forma descontraída e humanizada ao povo. Teve forte participação na consolidação do meio de comunicação no país e chegou até a receber os equipamentos da primeira rede de televisão brasileira, a TV Tupi.

No canal, esteve na primeira transmissão ao vivo e também criou o primeiro programa voltado para o público feminino na TV, O Mundo é das Mulheres (1955-1959). Hebe enfrentou a ditadura militar e, ao longo dos anos, conquistou várias gerações de telespectadores, até sua morte, em 2012, aos 83 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

Janete Clair

Janete Clair (1925-1983) foi a responsável por inovar a linguagem da teledramaturgia nacional, já saturada com os textos importados de melodramas estrangeiros, tipo consolidado por Gloria Magadan (1920-2001) nos primeiros anos da TV. Apesar do roteiro ainda muito dramático, Janete subverteu a fórmula de se criar novelas e apostou num abrasileiramento do gênero. O primeiro ponto de partida da escritora depois da Tupi foi salvar uma novela na Globo que não vinha bem de audiência, Anastácia, a Mulher Sem Destino (1967).

Após a virada, ela foi responsável por grandes produções que marcaram a TV, como Irmãos Coragem (1970), Selva de Pedra (1972)e Pecado Capital (1975). A autora morreu precocemente em 1983, vítima de câncer, enquanto escrevia Eu Prometo (1983), uma de suas novelas mais fracas.

Xuxa Meneghel

Não é à toa que Xuxa Meneghel foi reconhecida como a Rainha dos Baixinhos. A apresentadora virou uma fenômeno com as crianças nos anos 1980, 1990 e 2000 com programas que batiam recordes de audiência e marcaram a TV brasileira, como o Xou da Xuxa (1986-1992), Xuxa Park (1994-2001), Planeta Xuxa (1997-2002) e Xuxa no Mundo da Imaginação (2002-2004).

Nos últimos anos, a apresentadora apostou alto em outros tipos de atrações, voltados para faixas etárias diversas e, mesmo sem contrato com nenhuma emissora, hoje fala o que pensa. Defensora da causa animal, também é vegana e não se cansa de demonstrar seu amor pela comunidade LGBTQIA+.

Marília Gabriela

Ao iniciar seu trabalho como estagiária no jornalismo da Globo, Marilia Gabriela não imaginava que iria se tornar referência na história da TV Brasileira, como a maior entrevistadora da telinha. Seus trabalhos mais marcantes foram a TV Mulher (1980-1984), na emissora carioca, o Cara a Cara (1987-1995), na Band, e De Frente com Gabi (1998-2015), no SBT.

Ao longo da carreira, passou por quase todas as emissoras do país, sempre com seu jeito espontâneo de entrevistar as pessoas, inclusive astros internacionais como Madonna. Atualmente, Marília tem um canal no youtube. Em 2021 descobriu um câncer no nariz.

Ofélia

Ofélia (1924-1998) consagrou o gênero de programa de culinária, influenciando tantas outras apresentadoras como Ana Maria Braga, Palmirinha e Cátia Fonseca. Ofélia ficou por quatro décadas no ar, tamanho o sucesso de seu programa e carisma. Com sua inesquecível atração Cozinha Maravilhosa de Ofélia, esteve no ar de 1968 até 1998.

Antes disso, ela assinava o quadro de culinária nos programas Bom Dia, da TV Santos, e Revista Feminina, da TV Tupi. Ofélia faleceu em 1998, depois de ficar duas semanas internadas após sofrer um infarto do miocárdio.

Dercy Gonçalves

Dercy Gonçalves (1907-2008) não só revolucionou o humor na televisão, com seu estilo impagável, espontâneo e autêntico, mas como sempre falava sobre diversos assuntos sem ter medo do "cancelamento". Não era raro ela soltar palavrão, falar sobre sexualidade e levantar alguns assuntos considerados como tabus na época, mas sempre de forma humorada.

Não tinha vergonha em mostrar os seios e foi uma figura feminina muito importante não apenas para a televisão, mas como o próprio movimento feminista. Da origem humilde em Santa Maria Madalena (RJ), morreu na capital fluminense, em 2008, aos 101 anos.

Gloria Maria

Gloria Maria tem importante papel na televisão brasileira por ser uma das primeiras jornalistas negras na telinha, inspirando milhões de mulheres pretas, que até então não se viam representadas na tela. A comunicadora iniciou seu trabalho como jornalista ainda muito jovem, nos anos 1970.

Teve passagens pelo RJTV, noticiário local da Globo no Rio, Jornal Hoje, além do Fantástico, que apresentou de 1998 a 2007. Atualmente, Gloria apresenta o Globo Repórter, ao lado de outra grande jornalista da Globo: Sandra Annemberg.

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Fernanda Montenegro

Diva do teatro e cinema brasileiro, Fernanda Montenegro também tem um papel fundamental da construção da TV nacional. Através de sua arte, a atriz abordou temas importantes da sociedade em cada época. Foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi, em 1951, onde deu a vida a vários personagens no teleteatro. Mas foi o Grande Teatro Tupi (1956-1961) que marcou aquele início da TV brasileira.

Ao longo dos anos, Fernanda Montenegro interpretou tipos impagáveis na telinha, como a Charlô, de Guerra dos Sexos (1983), Naná, de Cambalacho (1986), Dona Picucha, de Doce de Mãe (2012), entre outros. Recentemente, a artista foi eleita a mulher mais admirada do Brasil, em uma pesquisa do Instituto Qualibest. 



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