Publicado em 21/12/2022 às 05:39:00,
atualizado em 21/12/2022 às 10:31:34
Na última segunda-feira (19), foi ao ar o último Papo de Segunda ao vivo do ano. O programa que marcaria a despedida de Fábio Porchat como um dos apresentadores pegou a todos os "papolovers", como são chamados seus seguidores, de surpresa com o anúncio da saída também de Emicida.
Além do comediante e do músico, a atração exibida pelo GNT tem o ator João Vicente de Castro e o filósofo Francisco Bosco em seu comando. Juntos, eles formam o "Quarteto Fantástico", apelido carinhoso dado pelos fãs.
Com exceção do João, que está desde a estreia do Papo de Segunda no canal, há oito anos, Fábio, Francisco e Emicida chegaram há cinco anos. E sem tirar o mérito dos pioneiros Marcelo Tas, Xico Sá e Leo Jaime, fizeram desse programa o melhor da TV fechada.
Debates consistentes, assuntos mais do que relevantes, necessários para uma sociedade pensante, e opiniões diversas que, uma vez indo de encontro com o outro, se completavam, formando um diálogo possível e saudável.
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Há algumas semanas, durante a gravação do Papo de Verão, uma postagem de João Vicente já dava um tom de despedida. Questionado por uma seguidora em sua rede social, disse apenas que era o fim daquela temporada.
Mas para quem conhece o ator, dono de um coração grande, emotivo e cheio de amor para dar, era praticamente certo de que a foto do grupo abraçado apontava o fim de um ciclo.
Não demorou muito para se confirmar a saída do Fábio. Desta vez, no perfil do GNT, o aviso era de que o apresentador continua no Que História é Essa, Porchat?", no canal a cabo e na TV Globo.
Desde então, choveram mensagens de fãs lamentando sua saída e desejando sucesso em novos projetos. Sem ter mais como esconder, na última semana o apresentador confirmou ao vivo que deixaria de ser um dos "papoluxos", e convidou o público para a sua despedida.
Mas a surpresa maior viria na noite de segunda, quando o comediante começou o programa dizendo que esse seria o último com os quatro apresentadores juntos, e que em 2023, ele e Emicida dariam lugar a outros dois integrantes.
Indagado pelo próprio Fábio Porchat, o rapper disse que esta foi uma das decisões mais difíceis da sua vida, mas que precisa de tempo para se dedicar mais à música. Francisco aproveitou a deixa para perguntar os motivos do comediante.
O fundador do Portas dos Fundos explicou que gosta de se antecipar, e encerrar algo antes do seu declínio, e como sentiu que atingiu o teto, é chegada a hora de dar chance a outra pessoa brilhar.
Por mais que a gente saiba ser preciso fechar ciclos para que outros possam ser abertos, e que isso acontece com todo mundo, até com apresentadores de TV, foi difícil conter a emoção e segurar o choro, no palco e no sofá de casa.
Durante toda a exibição do Papo de Segunda, choveram mensagens dos internautas elogiando a atual formação, lamentando que não veriam mais os quatro amigos juntos e se rasgando em elogios ao programa, e a parceria construída ao longo desses cinco anos.
Parceria essa que contagia quem está de fora. Em um mundo competitivo, egoísta e narcisista, construir relações de amizade no ambiente de trabalho, e que não se dizima na primeira dificuldade, ou quando uma das partes segue caminhos opostos é raro, mas não impossível.
Eu conheci o Papo de Segunda há alguns anos, mas somente em 2022 que me tornei uma telespectadora fiel ao programa. Antes, eu assistia esporadicamente. Às vezes, só a edição de verão, confesso.
Esse ano em especial, a atração teve uma importância fundamental na minha vida. Surgiu em um período complicado, e quando os problemas pessoais teimavam em tomar conta da minha cabeça, me alegrava saber que na noite de segunda-feira eu teria um momento de paz.
Talvez, por isso, eu tenha me identificado tanto quando João Vicente disse que se antes ele achava as segundas-feiras chatas, passou a acordar animado porque sabia que, mais tarde, os quatro iriam se encontrar.
Assim também foi comigo. Eu podia ter os dias mais chatos durante toda a semana, mas na segunda tudo mudaria porque tem "Papo", e eu sabia que era a garantia de uma conversa boa, de novos conhecimentos, muitas gargalhadas, mesmo que sozinha na sala, e uma noite bem dormida e relaxada depois.
De repente, eu me vi uma papolovers engajada. Daquelas que segue o quarteto fantástico nas redes, que compartilha trechos preferidos do programa, que curte as postagens e que puxa assunto, e até já foi respondida por alguns deles.
E para quem nunca havia ouvido falar no Chico Bosco, quando dei por mim eu já estava encantada por esse cara de voz mansa, educado na forma de debater e sempre com opinião muito concisa.
Despedidas são duras, mas inevitáveis. O Papo de Segunda continua, temos ainda o último programa do ano gravado, uma espécie de retrospectiva, e a edição de verão, mas para 2023 terá que se reinventar mesmo estando com dois veteranos ainda no comando dessa nave.
Já os "papolovers", assim como eu, é possível que se sintam um pouco órfãos. Porque nunca foi tão prazeroso, nem se aprendeu tanto ouvindo esses quatro meninos conversar.
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